A NATUREZA DO CONHECIMENTO APÓS A VIRADA LINGÜÍSTICO-PRAGMÁTICA
DOI:
https://doi.org/10.7213/rfa.v16i18.1483Abstract
A problemática do conhecimento é o centro da filosofia desde o século
XVII. Será possível abordar o conhecimento após a virada lingüísticopragmática que se deu a partir de fins do século XIX? Para responder a essa questão mostramos que após Frege e Wittgenstein, cai o modelo fundacionalista que preconiza a busca da verdade e de certeza pela
relação entre sujeito cognoscente e mundo/objeto conhecido. A semântica veritativa, critica Habermas, ainda prende-se à função expositiva da linguagem e, com isso, permanece presa à teoria do conhecimento tradicional. Numa teoria pragmática do significado não só o pensamento é comunicado, mas um fato é compartilhado, a verdade não se resume a um conteúdo proposicional, ela está ligada a razões, ao entender-se com alguém a respeito de algo. Habermas em “Verdade e Justificação” mostra que a racionalidade não é única (há a racionalidade reflexiva, a epistemológica, a teleológica e a comunicativa). O conhecimento não se limita em formular juízos, mas é uma atividade de reconstrução que faz parte de nossas formas de vida. Ao lado das pretensões de validez há, para Habermas, um aspecto
semântico, realista. No discurso há uma relação entre verdade e justificação, requisito para os processos intersubjetivos, que demandam o mundo objetivo enquanto algo que favorece ou não os processos de entendimento. Um enunciado bem justificado, retorna ao mundo da vida. Assim, no paradigma lingüístico-pragmático, faz sentido perguntar pela natureza do conhecimento, somente se o conhecimento for visto como uma prática que decorre de necessidades do mundo da vida e não de certezas transcendentais.
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