As cinco irmãs que conquistaram o direito de herança da propriedade no antigo testamento (Nm 27,1-11)

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DOI:

https://doi.org/10.7213/2175-1838.14.002.AO01

Resumo

A memória oral feminina nunca se esqueceu de um momento deslumbrante acontecido nos tempos da experiência do deserto: as cinco filhas de Salfaad exigiram de Moisés e as autoridades a herança (naalah) de propriedade (’ahutzah) (Nm 27,4). Ora, esse direito só pertencia aos masculinos. Era o princípio da sucessão patrilinear que privilegiava os masculinos (Dt 21,15-17). Consultando a Deus que disse que as filhas de Salfaad tinham razão, Moisés, diante das autoridades e da comunidade, deu-lhes a propriedade que era a herança do pai. Esse detalhe modificou tudo. Foi a vitória das mulheres diante da prepotência masculina patriarcalista. Foi uma lei nova que veio de Deus (Nm 27,7). No pós-exílio (Séc. VI-IV a.C.), uma linha aberta sacerdotal redigiu a redação final procurando ser fiel aos relatos orais e documentos mais antigos. Porém, outra linha sacerdotal, mais rígida, a seguir, deu um passo atrás (glosa), restringindo a herança de propriedade somente dentro do clã (Nm 36).

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Biografia do Autor

Joel Antônio Ferreira, Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Pós-Doutor em Ciências da Religião com concentração em Sagrada Escritura.

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Publicado

2022-09-05

Como Citar

Ferreira, J. A. (2022). As cinco irmãs que conquistaram o direito de herança da propriedade no antigo testamento (Nm 27,1-11). Revista Pistis & Praxis, 14(2). https://doi.org/10.7213/2175-1838.14.002.AO01