Legal and economic analysis of the changes enacted by Law n. 13,871/2019 on Maria da Penha Law
DOI:
https://doi.org/10.7213/rev.dir.econ.soc.v16i1.32018Palavras-chave:
Economic theory of crime. Economic analysis of law. Violence. Woman. Maria da Penha Law.Resumo
This article aims to analyze the legislative innovations and the changes that occur in the individuals’ incentives, which results from Law no. 13,871/2019. We investigate, through legal analysis, the goals of the policymakers on including new paragraphs in Maria da Penha Law and, through the Economic Theory of Crime, we elaborate a hypothetico-deductive analysis over the individuals’ incentives. We conclude that Law no. 13,871/2019 follows the initial principles that underlie Maria da Penha Law, which does not only restrict itself to the criminal sphere, but also expands the punishments to the civil sphere. In economic terms, we understand that simply raising the severity of the punishments will have little effect on combating violence against women, besides creating opposite incentives to victims that seek medical help. At last, a few considerations about future research on this theme are made.
Downloads
Referências
AIZER, Anna. The Gender Wage Gap and Domestic Violence. American Economic Review, v. 100, n. 4, p. 1847–1859, 2010.
ANDERSON, K. Gender, status, and domestic violence: An integration of feminist and family violence approach. Journal of Marriage and Family, v. 59, n. 3, p. 655-669, 1997.
ARENAS-ARROYO, E.; FERNANDEZ-KRANZ, D.; NOLLENBERGER, N. Intimate partner violence under forced cohabitation and economic stress: Evidence from the COVID-19 Pandemic. Journal of Public Economics, v. 194, 2021.
ATKINSON, M. P.; GREESTEIN, T. N.; LANG, M. M. For women, breadwinning can be dangerous: Gendered resource theory and wife abuse. Journal of Marriage and Family, v. 67, n. 5, p. 1137-1148, 2005.
BARCHIELLI, B. et al. When “Stay at Home” Can Be Dangerous: Data on Domestic Violence in Italy during COVID-19 lockdown. International Journal of Environmental Research and Public Health, v. 18, n. 17, 2021.
BASILE, K. C.; HALL, J. E.; WALTERS, M. L. Expanding resource theory and feminist-informed theory to explain intimate partner violence perpetration by court-ordered men. Violence Against Women, v. 19, n. 7, p. 848-880, 2013.
BECKER, Gary. Crime and Punishment: An Economic Approach. Journal of Political Economy, v. 76, n. 2, p. 169–217, 1968.
BRASIL. Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Rio de Janeiro, RJ, dez: [s.n.], 1940. Código Penal.
BRASIL. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Brasília, DF, jan: [s.n.], 2002. Institui o Código Civil.
BRASIL. Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006. Brasília, DF, ago: [s.n.], 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do §8o do art. 226 da Constituição.
BRASIL. Projeto de Lei n. 9.691/2018. Brasília, DF, mar: [s.n.], 2018. Acrescenta os §§4o e 5o ao art. 9o da Lei no 11.340, de 7 de agosto de 2006, para dispor sobre a responsabilidade do agressor em ressarcir os custos relacionados aos serviços de saúde prestados pelo Sistema Único de Saúde - SUS e aos dispositivos de segurança em caso de pânico, utilizados pelas vítimas de violência doméstica e familiar.
BRASIL. Lei n. 13.846, de 18 de junho de 2019. Brasília, DF, jun: [s.n.], 2019. Institui o Programa Especial para Análise de Benefícios com Indícios de Irregularidade, o Programa de Revisão de Benefícios por Incapacidade, o Bônus de Desempenho Institucional por Análise de Benefícios com Indícios de Irregularidade do Monitoramento Operacional de Benefícios e o Bônus de Desempenho Institucional por Perícia Médica em Benefícios por Incapacidade.
BRASIL. Lei n. 13.871, de 17 de setembro de 2019. Brasília, DF, set: [s.n.], 2019. Altera a Lei no 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), para dispor sobre a responsabilidade do agressor pelo ressarcimento dos custos relacionados aos serviços de saúde prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) às vítimas de violência doméstica e familiar e aos dispositivos de segurança por elas utilizados. Nenhuma citação no texto.
BUENO, Samira; LIMA, Renato Sérgio de. Visível e Invisível: A vitimização de mulheres no Brasil. Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2019.
BUTCHART, Alexandre; GARCIA-MORENO, Claudia; MIKTON, Christopher. Prevenção da violência sexual e da violência pelo parceiro íntimo contra a mulher: ação e produção de evidência. World Health Organization, Washington, D.C., 2012.
CALAZANS, Myllena.; CORTES, Iáris. O processo de criação, aprovação e implementação da lei maria da penha. In: CAMPOS, Carmen Hein de. Lei Maria da Penha comentada em uma perspectiva jurídico-feminista. Rio de Janeiro: Lumen Juris, p. 39–64, 2011.
CAMPOS, Carmen Hein de.; TAVARES, Ludmila. A. Botão do pânico e Lei Maria da Penha. Revista Brasileira de Políticas Públicas, Centro Universitario de Brasilia-UniCEUB, v. 8, n. 1, 2018.
CERQUEIRA, Daniel; COELHO, Danilo de Santa Cruz. Estupro no Brasil: uma radiografia segundo os dados da Saúde (versão preliminar). Nota Técnica n. 11. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2014. Disponível em: < https://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/5780>.
CERQUEIRA, Daniel et al. Avaliando a efetividade da Lei Maria da Penha. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2015. Texto para Discussão no 2048.
CLARKE, Ronald Victor Gemuseus. "Situational" Crime Prevention: Theory and Practice. The British Journal of Criminology, v. 20, n. 2, p. 136–147, 1980.
COHN, Amy M. et al. Correlates of reasons for not reporting rape to police: results from a national telephone household probability sample of women with forcible or drug-or-alcohol facilitated/incapacitated rape. Journal of Interpersonal Violence, v. 28, n. 3, p. 455–473, 2013.
COKER, Ann L. et al. Frequency and correlates of intimate partner violence by type: physical, sexual, and psychological battering. American Journal of Public Health, v. 90, n. 4, p. 553–559, 2000.
COOLS, S., & KOTSADAM, A. Resources and intimate partner violence in sub-Saharan Africa. World Development, 95, 211–230, 2017.
DUVVURY, Nata; GROWN, Caren; REDNER, Jennifer. Costs of intimate partner violence at the household and community levels: An operational framework for developing countries. Washington, DC: ICRW, 2004.
FERNANDES, Valéria Diez Scarance. Raio X do Feminicídio em SP: é possível enfrentar a morte. São Paulo: Núcleo de Gênero do Ministério Público de São Paulo, 2018.
FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. 16º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. São Paulo: Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2022.
FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. São Paulo: Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2024.
GROGGER, Jeffrey. Certainty Vs. Severity of Punishment. Economic Inquiry, v. 29, n. 2, p. 297–309, 1991.
HSU, Lin-Chi; HENKE, Alexander. COVID-19, staying at home, and domestic violence. Review of Economics of Household, v. 19, p. 145-155, 2021.
IBGE. Perfil dos municípios brasileiros: 2018. Rio de Janeiro: IBGE, 2019.
KOURTI, A. et al. Domestic Violence During the COVID-19 Pandemic: A Systematic Review. Trauma, Violence & Abuse, v. 24, n. 2, 2023.
LESLEY, Emily; WILSON, Riley. Sheltering in place and domestic violence: Evidence from calls for service during COVID-19. Journal of Public Economics, v. 189, 2020.
MARCOLINO, Emanuella de Castro et al. O distanciamento social em tempos de Covid-19: uma análise dos seus rebatimentos em torno da violência doméstica. Interface (Botucatu), n. 25 (Supl. 1), 2021.
MARQUES, E. S. et al. A violência contra mulheres, crianças e adolescentes em tempos de pandemia pela COVID-19: panorama, motivações e formas de enfrentamento. Cadernos de Saúde Pública, v. 36, n. 4, 2020.
OLIVEIRA, Fernanda Seidel. Violência contra mulheres, depressão mental e rendimentos do trabalho no Brasil. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Ciências Econômicas, Universidade Estadual de Campinas, 2018. Disponível em: <http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/332767>.
PEROVA, E. Three essays on intended and not intended impacts of conditional cash transfers. Doctoral dissertation, UC Berkeley, 2010.
POSNER, Richard. An Economic Theory of the Criminal Law. Columbia Law Review, p. 1193-1231, 1985.
PRADO, Luiz Régis. Curso de direito penal brasileiro, volume 1: parte geral, arts. 1o a 120. 7 ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.
ROSA, Doriana Ozólio Alves. et al. Violência provocada pelo parceiro íntimo entre usuárias da Atenção Primária à Saúde: prevalência e fatores associados. Saúde em Debate, v. 42, n. SPE4, p. 67–80, 2018.
SALIBA, Orlando et al. Responsabilidade do profissional de saúde sobre a notificação de casos de violência doméstica. Revista de Saúde Pública, v. 41, n. 3, p. 472–477, 2007.
SANTA CATARINA. Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina. Processo n. RLA 18/01156694. Relatório DAE - 32/2018. Florianópolis: [s.n.], 2018. Relator: Conselheiro Wilson Rogério Wan-Dall. Auditoria para levantar os principais aspectos do feminicídio em Santa Catarina, bem como seu custo para a sociedade.
SOUZA, Carleane Santos; FERREIRA JR., Adive Cardoso. Lei Maria da Penha: Ressarcimento, por parte do agressor, dos custos relacionados aos serviços de saúde prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 9, n. 2, p. 667-686, 2023.
SOUZA, L. J.; FARIAS, R. C. P. Violência doméstica no contexto de isolamento social pela pandemia de Covid-19. Serviço Social & Sociedade, n. 144, p. 213-232, 2022.
TABAK, Benjamin Miranda. A análise econômica do direito: proposições legislativas e políticas públicas. Revista de informação legislativa, Brasília, v. 52, p. 321–349, 2015.
ZAPATER, Maíra. Pode a lei penal impedir que mulheres sejam sexualmente assediadas? In: Visível e Invisível: A vitimização de mulheres no Brasil: Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2019.
ZINZOW, Heidi.; THOMPSON, Martie. Barriers to reporting sexual victimization: Prevalence and correlates among undergraduate women. Journal of Aggression, Maltreatment & Trauma, v. 20, n. 7, p. 711–725, 2011.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Felipe Sigrist, Luiz Eduardo Dias Cardoso

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).