Ingestão voluntária de Marsilea ancylopoda por equinos em área de pastagem
DOI:
https://doi.org/10.7213/academica.14.2016.01Resumo
A partir dos históricos de episódios clínicos e óbitos de equinos, compatíveis com sinais clínicos de intoxicação por tiaminase I, em área de pastagem em Almirante Tamandaré (PR), a espécie Marsilea ancylopoda foi identificada como uma das espécies predominantes na referida área. As samambaias do gênero Marsilea sp. contêm o composto tóxico tiaminase I, que, quando ingerido pelos animais, destrói a tiamina (vitamina B1) antes de sua absorção pelo organismo, o que causa a deficiência dessa vitamina. O sistema nervoso é especialmente afetado por esta deficiência, que pode levar ao óbito se não tratada. O presente estudo avaliou o comportamento ingestivo de éguas em áreas de pastagem com presença de Marsilea ancylopoda. Oito éguas foram analisadas e divididas em quatro grupos (duas repetições, com duas éguas em cada grupo): dois grupos em uma área de pastagem com presença de Marsilea ancylopoda e dois grupos em área sem Marsilea ancylopoda. O comportamento ingestivo de cada animal foi observado por dez horas, em cinco períodos de duas horas, dos dias 04, 05 e 06 de fevereiro de 2013. Os animais foram monitorados por exames clínicos e laboratoriais durante o período experimental. A ingestão voluntária da Marsilea ancylopoda foi comprovada por amostragem focal, identificada pela mediana de três visualizações em cada um dos cinco períodos de observação. No período experimental não foram observadas alterações clínicas ou laboratoriais. A ingestão de Marsilea ancylopoda por éguas em pastejo é voluntária e não depende da proporcionalidade da espécie na pastagem. Os históricos de episódios clínicos e óbitos de equinos relatados na área com a presença de Marsilea ancylopoda sugerem a intoxicação por tiaminase. Portanto, a possibilidade de intoxicação merece ser considerada e avaliada em áreas onde essa espécie é encontrada.