Bases neuroendócrinas do estresse e bem-estar em peixes teleósteos
DOI:
https://doi.org/10.7213/1981-4178.2019.17102Palavras-chave:
Neurobiologia do estresse. Senciência. Estresse em peixes. Abate em peixes. Bem-estar animal.Resumo
No Brasil, aproximadamente 4 milhões de pessoas estão envolvidas direta ou indiretamente com a aquicultura, a qual contribui como fonte de renda e produção de alimento. Na última década, o consumo de pescado no mundo elevou-se exponencialmente, ressaltando a preocupação quanto ao bem-estar e redução do estresse desses animais por parte de consumidores de proteína animal, pesquisadores, desenvolvedores de tecnologias e produtores. Sabe-se que o estresse nos peixes desencadeia respostas neuroendócrinas, liberando catecolaminas e cortisol. A discussão acerca do tema se dá por razões éticas e pela qualidade de vida desses seres, o que pode agregar vantagens tanto para os animais como para a produtividade em si, melhorando a reprodução, crescimento e qualidade da carne, dentre outros benefícios. O estudo da senciência em conjunto com estudos neuroanatômicos, comportamentais e fisiológicos é ferramenta importante para o conhecimento e redução da ocorrência de estresse nos diferentes manejos produtivos. Este trabalho apresenta estruturas neuroanatômicas e endócrinas de peixes como ferramenta auxiliar na caracterização do bem-estar e estresse nesses animais. A analogia entre estruturas neuronais de peixes e mamíferos, e a observação comportamental frente a diferentes estressores, suporta a ideia de que esses animais possuem graus de senciência. Desta forma, novas pesquisas objetivando a diminuição do estresse e sofrimento e visando boas práticas de manejo destes animais são essenciais para que se possa definir técnicas adequadas e humanitárias de abate.