O coronavírus e a vontade de poder: uma leitura nietzschiana sanguíneo-vascular | Coronavirus and the will to power: a blood vascular Nietzschean reading

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DOI:

https://doi.org/10.7213/2318-8065.05.02.p39-53

Resumo

É preciso compreender o que é um vírus e principalmente sua ação. Assim, trabalhamos o referencial nietzschiano, que intenta a construção de uma base teórica para fundamentar sua hermenêutica/perspectiva sobre a vida, sendo esta na vida, inexistido separação nítida/perceptível entre ciência, teologia, arte e filosofia.  Seguiremos aqui com a biologia (ciência), não divorciada da teologia, visando fundamentar a concepção de vontade-de-poder, numa dimensão filosófica. Na primeira parte, desenvolvemos a compreensão de que caos e cosmo (teologicamente e filosoficamente) são indispensáveis na constituição orgânica e inorgânica, entendendo que o mundo é um caos eterno e qualquer projeção de padrão, ordem ou objetivo é um mero antropomorfismo. Assim, entendemos que a luta, o polemos está estabelecido e, tudo isso pode ocorrer antes mesmo do corpo apresentar quaisquer sinais de enfermidades. Na segunda parte, retomamos o conceito de “eterno retorno”, degustando o aforismo 341. Eterno retorno, que é uma construção filosófica nietzschiana, construído a partir da compreensão teológica de Eclesiastes 2. Por último movimento do texto, apresentamos o para não concluir, que a guisa de um final de artigo, produz pontos elucidativos, aqui um ao qual destacamos:  A vontade-de-poder trabalha uma hermenêutica ao constituir o mundo como uma relação entre campos de força instáveis e em constante conflito e autoconfiguração.

 

Abstract

It is necessary to understand what a virus is and, in general terms, its action. Thus, we work with the Nietzschean framework, which attempts to build a theoretical basis to support his hermeneutics / perspective on life, which is in life, there is no clear / noticeable separation between science, theology and philosophy. We will continue here with biology (science), not divorced from theology, aiming to base the conception of will-to-power, in a philosophical dimension. In the first part, we developed the understanding that chaos and cosmos (theologically and philosophically) are indispensable in organic and inorganic constitution, understanding that the world is eternal chaos and any projection of pattern, order or objective is a mere anthropomorphism. Thus, we understand that the struggle, the polemic, is established and all of this can happen even before the body shows any signs of illness. In the second part, we return to the concept of "eternal return", tasting the aphorism 341. Finally, we present the not to conclude that, as a way of concluding the article, produces elucidating points, one of them here highlighted: The will-to-power hermeneutically constitutes the world as a relationship between unstable force fields and in constant conflict and self-configuration.

É preciso compreender o que é um vírus e principalmente sua ação. Assim, trabalhamos o referencial nietzschiano, que intenta a construção de uma base teórica para fundamentar sua hermenêutica/perspectiva sobre a vida, sendo esta na vida, inexistido separação nítida/perceptível entre ciência, teologia, arte e filosofia.  Seguiremos aqui com a biologia (ciência), não divorciada da teologia, visando fundamentar a concepção de vontade-de-poder, numa dimensão filosófica. Na primeira parte, desenvolvemos a compreensão de que caos e cosmo (teologicamente e filosoficamente) são indispensáveis na constituição orgânica e inorgânica, entendendo que o mundo é um caos eterno e qualquer projeção de padrão, ordem ou objetivo é um mero antropomorfismo. Assim, entendemos que a luta, o polemos está estabelecido e, tudo isso pode ocorrer antes mesmo do corpo apresentar quaisquer sinais de enfermidades. Na segunda parte, retomamos o conceito de “eterno retorno”, degustando o aforismo 341. Eterno retorno, que é uma construção filosófica nietzschiana, construído a partir da compreensão teológica de Eclesiastes 2. Por último movimento do texto, apresentamos o para não concluir, que a guisa de um final de artigo, produz pontos elucidativos, aqui um ao qual destacamos:  A vontade-de-poder trabalha uma hermenêutica ao constituir o mundo como uma relação entre campos de força instáveis e em constante conflito e autoconfiguração.

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Biografia do Autor

Everton Nery Carneiro, UNEB (Universidade do Estado da Bahia)

Docente da Universidade do Estado da Bahia. Pós-doutor em Educação (UFC); Doutor e Mestre em Teologia (EST); Especialização: Educação, Desenvolvimento e Políticas Públicas (FACIBA); Filosofia Contemporânea (Faculdade São Bento); Ética, Educação e Teologia (EST); Graduação: Geografia (UEFS); Filosofia (FBB); Teologia (STBNe). Membro do GEPERCS (Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Religião, Cultura e Saúde); Professor Permanente do Mestrado profissional em Intervenção Educativa e Social. Coordenador da Linha de Pesquisa 02 – Novas Formas de Subjetivação e Organização Comunitária. Autor dos livros: "Mitologia Grega e Bíblica - Narrativas de transgressão; "Filosofia, Teologia e Poesia"; "Ética e Hermenêutica”. 

Marcelo Máximo Purificação, FIMES – Fundação Integrada Municipal de Ensino Superior de Mineiros

Pós-Doutor em Educação pela Universidade de Coimbra/Portugal. Doutor em Ciências da Religião (PUC-Goiás), e Doutor em Ensino (UNIVATES). Professor Titular C-II na Fundação Integrada Municipal de Ensino Superior FIMES/UNIFIMES. E-mail: [email protected]

Emerson Nery Carneiro, Unifacs

Mestrando em Energia (Unifacs); Engenheiro de segurança do trabalho. (Escola de Engenharia Eletromecânica da Bahia); Engenheiro de Produção Mecânica (Unibahia); Biólogo (Fiar)

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Publicado

2021-03-04

Como Citar

Carneiro, E. N., Purificação, M. M., & Carneiro, E. N. (2021). O coronavírus e a vontade de poder: uma leitura nietzschiana sanguíneo-vascular | Coronavirus and the will to power: a blood vascular Nietzschean reading. Caderno Teológico Da PUCPR, 5(2), 39–53. https://doi.org/10.7213/2318-8065.05.02.p39-53

Edição

Seção

Dossiê: Religião, ciência e arte em tempos pandêmicos