Macunaíma como expressão arquetípica do cidadão brasileiro: uma análise sob a perspectiva junguiana e a interpretação libertária do Direito e Literatura
DOI:
https://doi.org/10.7213/psicolargum39.106.AO07Palavras-chave:
Macunaíma, arquétipo, inconsciente coletivo, Direito, LiteraturaResumo
Pretende-se identificar o cidadão brasileiro com Macunaíma, o herói de nossa gente, sob a perspectiva do inconsciente coletivo e do arquétipo de herói, definidos por Carl Gustav Jung. A compreensão do cidadão a partir do aspecto arquetípico, nos leva a entender a perda de identidade individual e coletiva brasileira, que frequentemente se espelha nas imagens, tradições e culturas estrangeiras, em detrimento das simbologias locais. Utilizando-se da pesquisa de revisão bibliográfica, na modalidade narrativa, e do método dialógico, o que ficará em evidência, no decorrer do artigo, é que o arquétipo do herói corresponde à evolução da personalidade humana, e é esta a disfuncionalidade apresentada pela personalidade do brasileiro. O Brasil possui, como mito de origem e correspondente arquetípico, Macunaíma, personagem criado por Mario de Andrade: Macunaíma, ao mesmo tempo que representa a verdadeira ancestralidade brasileira, revela a negação do próprio ser humano com relação a sua origem, o que justifica a construção desse herói sombrio e enigmático presente em cada indivíduo. Neste contexto, o Direito, âmbito jurídico que normativa as relações sociais e institucionais, e que representa juridicamente a voz da sociedade, é essencial para o resgaste e consequentemente para a liberdade deste herói enrustido em todos nós, cidadãos; essencial para a expressividade de um povo eminentemente brasileiro. Para tanto, sugere-se novos meios interpretativos dessa ciência, reconhecendo-se a Literatura como crítica ao Direito, a fim de que haja a releitura do ser cidadão no Brasil.
Downloads
Referências
Andrade, M. (2017). Macunaíma. Barueri, SP: Novo Século Editora. (Original publicado em 1928).
Araújo, C.L.S. (2010). A alma ameríndia: uma leitura junguiana do mito makunaima. (Dissertação de Mestrado, Programa de Mestrado em Estudos Literários, Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais). Recuperado de https://www.ufjf.br/darandina/files/2010/12/A-alma-amer%c3%adndia-uma-leitura-junguiana-do-mito-makunaima1.pdf.
Bittar, E. C.B. (2016). Metodologia da pesquisa jurídica: Teoria e prática da monografia para os cursos de Direito. São Paulo, SP: Saraiva.
Campbell, J. & Moyers, B. (1990). O Poder do Mito, com Bill Moyers; org. por Betty Sue Flowers. (C. F. Moisés, Trad.). São Paulo, SP: Palas Athena. (Original publicado em 1988).
Carvalho, F. A. (2012). Makunaima: um herói a serviço da ordem social. Revista de Crítica Literária LatinoAmericana, ‘(75), 397-417. Recuperado de https://as.tufts.edu/romancestudies/rcll/pdfs/75/397-417-ADD-p-418-Almeida.pdf.
Carvalho, Y. M. (2020). Do velho ao novo: a revisão de literatura como método de fazer ciência. Revista Thema, 16(4), 913-928. doi: https://doi.org/10.15536/thema.V16.2019.913-928.1328.
Dworkin, R. (1999). O império do Direito. (J.L. Camargo, Trad.). São Paulo, SP: Martins Fontes. (Original publicado em 1986).
Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. (2020). Mário de Andrade. São Paulo: Itaú Cultural.
Galvão M. C. B. & Ricarte I. L. M. (2019). Revisão Sistemática da Literatura: Conceituação, produção e publicação. Logeion: Filosofia Da Informação, 6(1), 57-73. doi: https://doi.org/10.21728/logeion.2019v6n1.p57-73.
Escola de Diálogo de São Paulo. (1996). A alma ancestral do Brasil. Recuperado de http://escoladedialogo.com.br/escoladedialogo/index.php/biblioteca/artigos/a-alma-ancestral-do-brasil/
Godoy, A. S. M. (2008). Direito & Literatura: ensaio de síntese teórica. Porto Alegre, RS: Livraria do Advogado.
Jung, C. G. (2000). Os arquétipos e o inconsciente coletivo. (M. L. Appy, D. M. R. Ferreira da Silva, Trad.). Petrópolis, RJ: Vozes. (Original publicado em 1959).
Jung, C. G., Von Franz. M-L., Henderson, J. L., Jacobi, J. & Jaffé, A. (2001). O Homem e seus Símbolos. Concepção e organização de Carl G. Jung. (M. L. Pinho, Trad). Rio de Janeiro, RJ: Nova Fronteira. (Original publicado em 1964).
Karam, H. (2017). Questões teóricas e metodológicas do direito na literatura: um percurso analítico-interpretativo a partir do conto Suje-se gordo!, de Machado de Assis. Revista Direito GV, 13(3), 827-865. doi: https://doi.org/10.1590/2317-6172201733.
Marinho, M. (2002). Cultura, Identidade e Desenvolvimento Local: conceitos e perspectivas para regiões em desenvolvimento. Interações, 3(4), 35-42. doi: https://doi.org/10.20435/interacoes.v3i4.575.
Martins, L. M. (2004). A natureza histórico-social da personalidade. 24 (62), 82-99. doi: https://doi.org/10.1590/S0101-32622004000100006.
Mibielli, R., Campos, S. P. P. & Jobim, J. L. (2019). Jaider Esbell, Makunaima/Macunaíma e a arte/literatura indígena. Revista Brasileira de Literatura Comparada. Recuperado de http://revista.abralic.org.br/index.php/revista/article/view/545/736.
Sanches, A. L. N. (2011). Diálogos entre a Psicologia e o Direito. In M. C. N. de Carvalho, T. Fontoura, & V. R. Miranda (Orgs), Psicologia Jurídica. Temas de Aplicação II, (pp. 17-30). Curitiba, PR: Juruá.
Telis, R. F. (2016). Raízes do Brasil e Macunaíma: Narrativas e ressonâncias em torno da identidade nacional. (Tese de Pós-Graduação, Programa de Pós-Graduação em Letras, Biblioteca Central da Universidade Federal do Espírito Santo, Espírito Santo). Recuperado de http://portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_10197_tese%20doutorado%20Letras%20R%E9gis.pdf.
Vieira, A.G. (2006). A função da história e da cultura na obra de C. G. Jung. Aletheia, (23), 89-100. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-03942006000200010.
Vrbata. A. (2016). Memória ancestral e o Brasil contemporâneo – Tradição Junguiana e o inconsciente brasileiro. Légua & Meia: Revista de Literatura e Diversidade Cultural, (7)1, 156-172. doi: http://dx.doi.org/10.13102/lm.v7i1.2615.
Holanda, S. B. (2014). Raízes do Brasil. São Paulo, SP: Companhia das Letras.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
O autor transfere, por meio de cessão, à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 76.659.820/0009-09, estabelecida na Rua Imaculada Conceição, n.º 1155, Prado Velho, CEP 80.215-901, na cidade de Curitiba/PR, os direitos abaixo especificados e se compromete a cumprir o que segue:
- Os autores afirmam que a obra/material é de sua autoria e assumem integral responsabilidade diante de terceiros, quer de natureza moral ou patrimonial, em razão de seu conteúdo, declarando, desde já, que a obra/material a ser entregue é original e não infringe quaisquer direitos de propriedade intelectual de terceiros.
- Os autores concordam em ceder de forma plena, total e definitiva os direitos patrimoniais da obra/material à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, a título gratuito e em caráter de exclusividade.
- A CESSIONÁRIA empregará a obra/material da forma como melhor lhe convier, de forma impressa e/ou on line, inclusive no site do periódico da EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, podendo utilizar, fruir e dispor do mesmo, no todo ou em parte, para:
- Autorizar sua utilização por terceiros, como parte integrante de outras obras.
- Editar, gravar e imprimir, quantas vezes forem necessárias.
- Reproduzir em quantidades que julgar necessária, de forma tangível e intangível.
- Adaptar, modificar, condensar, resumir, reduzir, compilar, ampliar, alterar, mixar com outros conteúdos, incluir imagens, gráficos, objetos digitais, infográficos e hyperlinks, ilustrar, diagramar, fracionar, atualizar e realizar quaisquer outras transformações, sendo necessária a participação ou autorização expressa dos autores.
- Traduzir para qualquer idioma.
- Incluir em fonograma ou produção audiovisual.
- Distribuir.
- Distribuir mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permite ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda e nos casos em que o acesso às obras ou produções se faça por qualquer sistema que importe em pagamento pelo usuário.
- Incluir e armazenar em banco de dados, físico, digital ou virtual, inclusive nuvem.
- Comunicar direta e/ou indiretamente ao público.
- Incluir em base de dados, arquivar em formato impresso, armazenar em computador, inclusive em sistema de nuvem, microfilmar e as demais formas de arquivamento do gênero;
- Comercializar, divulgar, veicular, publicar etc.
- Quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a ser inventadas.
- Os autores concordam em conceder a cessão dos direitos da primeira publicação (ineditismo) à revista, licenciada sob a CREATIVE COMMONS ATTRIBUTION LICENSE, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria.
- Os autores autorizam a reprodução e a citação de seu trabalho em repositórios institucionais, página pessoal, trabalhos científicos, dentre outros, desde que a fonte seja citada.
- A presente cessão é válida para todo o território nacional e para o exterior.
- Este termo entra em vigor na data de sua assinatura e é firmado pelas partes em caráter irrevogável e irretratável, obrigando definitivamente as partes e seus sucessores a qualquer título.
- O não aceite do artigo, pela EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, tornará automaticamente sem efeito a presente declaração.