Significados de morte e morrer para profissionais de unidade de terapia intensiva

Autores

DOI:

https://doi.org/10.7213/psicolargum.38.100.AO06

Resumo

Historicamente, morte e morrer foram processos transferidos para o espaço do hospital e serviços de saúde especializados, como as unidades de terapia intensiva (UTI), implicando ao profissional da equipe multidisciplinar a convivência com esses fenômenos. Este estudo objetiva compreender como profissionais de uma unidade de terapia intensiva vivenciam a morte e o processo de morrer em seu cotidiano de trabalho e os significados que eles atribuem a esses fenômenos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que utilizou como recursos empíricos as observações de campo e entrevista semiestruturada. A análise foi embasada pela fenomenologia social de Alfred Schütz. Morte e morrer são significados de modos singulares. A morte é uma possibilidade, dimensão que faz parte da vida e o morrer é atribuído como fenômeno complexo, que afeta o profissional diante de determinadas situações da assistência. O tecnicismo e envolvimento com a história de vida do paciente estão imbricados no trabalho com a morte e o morrer na UTI.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Queli Nascimento Santos, UFBA

UFBA

Lauro Antonio Porto, UFBA

UFBA

Claudia Bacelar Batista, UFBA

UFBA

Referências

Andrade, T. A. M. (2008). Atitudes perante a morte e sentido de vida em profissionais

de saúde. [Tese de doutorado, Universidade de Lisboa].

http://hdl.handle.net/10451/975

Araújo, S. A. N., & Belém, K. F. (2010). O processo de morte na unidade de terapia

intensiva neonatal. ConScientiae Saúde, 9(2), 290-299.

http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=92915260017

Ariès, P. (2017). História da morte no Ocidente: da Idade Média aos nossos dias. (Ed.

especial). Nova Fronteira.

Beraldo, L. M., Almeida, D. V. de, & Bocchi, S. C. M. (2015). Da frustração ao

enfrentamento do cuidado para a morte por técnicos de enfermagem. Revista

Brasileira de Enfermagem, 68(6), 1013-1019. https://doi.org/10.1590/0034-

2015680603i

Bernieri, J., & Hirdes, A. (2007). O preparo dos acadêmicos de enfermagem brasileiros

para vivenciarem o processo morte-morrer. Texto & contexto enfermagem, 16(1),

-96. https://doi.org/10.1590/S0104-07072007000100011

Bowlby, J. (1980). Attachment and loss: loss, sadness and depression. Basic Books.

Casellato, G. (2015). O resgate da empatia: Suporte psicológico ao luto não

reconhecido. Summus.

Capalbo, C. (1979). Metodologia das ciências sociais: A fenomenologia de Alfred

Schütz. Antares.

Covolan, N., Corrêa, C. L., Hoffmann-Horochovski, M., & Murata, M. (2010). Quando

o vazio se instala no ser: Reflexões sobre o adoecer, morrer e a morte. Revista

Bioética, 18(3), 561-571.

http://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/view/585

Cunha, C. R. da S. (2012). Perdendo todos os dias: sobre a possibilidade de elaboração

do luto em uma equipe de saúde. [Monografia de Aprimoramento, Quatro Estações

Instituto de Psicologia]. https://docplayer.com.br/14506932-Perdendo-todos-osdias-sobre-a-possibilidade-de-elaboracao-do-luto-em-uma-equipe-de-saude.html

Fini, M. I. (1994). Sobre a pesquisa qualitativa em educação, que tem a fenomenologia

como suporte. In M. A. V. Bicudo & V. H. C. Espósito (Orgs.), A pesquisa

qualitativa em educação: Um enfoque fenomenológico (2a ed., pp. 23-33). Unimep.

Fonseca, J. P. (2004). Luto Antecipatório. Livro Pleno.

Frizzo, K. R. (2010). Diário de Campo: reflexões epistemológicas e metodológicas. In J.

C. Sarriera & E. T. Saforcada (Orgs.), Introdução à Psicologia Comunitária: bases

teóricas e metodológicas (pp. 169-187). Sulina.

Jesus, M. C. de P., Capalbo, C., Merighi, M. A. B., Oliveira, D. M. de, Tocantins, F. R.,

Rodrigues, B. M. R. D., & Ciuffo, L. L. (2013). A fenomenologia social de Alfred

Schütz e sua contribuição para a enfermagem. Revista da Escola de Enfermagem da

USP, 47(3), 736-41. http://dx.doi.org/10.1590/S0080-623420130000300030

Marsden, C. (1992). An ethical assessment of intensive care. International Journal of

Technology Assessment in Health Care, 8(3), 408-418.

https://doi.org/10.1017/S0266462300013714

Marques, F., Botelho, M. R., Matos, P., & Waidman, M. (2011). Morte em uma unidade

de terapia intensiva: A visão da equipe multidisciplinar em relação ao paciente e ao

corpo. Anais do VII Encontro Internacional de Produção Científica. Cesumar.

http://www.cesumar.br/prppge/pesquisa/epcc2011/anais/fernanda_ribeiro_baptista_

marques%20(1).pdf

Martins, P. F., Nascimento Sobrinho, C. L., Silva, M. V., Pereira, N. B., Gonçalves, C.

M., Rebouças, B. S., & Cartaxo, L. A. (2009). Afastamento por doença entre

trabalhadores de saúde em um hospital público do estado da Bahia. Revista

Brasileira de Saúde Ocupacional, 34(120), 172-178.

http://dx.doi.org/10.1590/S0303-76572009000200008

Medeiros, L. A., & Lustosa, M. A. (2011). A difícil tarefa de falar sobre morte no

hospital. Revista da SBPH, 14(2), 203-227.

http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rsbph/v14n2/v14n2a13.pdf

Menezes, R. A. (2004). Em busca da boa morte: Antropologia dos cuidados paliativos.

Fiocruz, Garamond.

Menezes, R. A. (2003). Tecnologia e “Morte Natural”: O morrer na contemporaneidade.

Physis: Revista de Saúde Coletiva, 13(2), 129-147. https://doi.org/10.1590/S0103-

Monteiro, M. C. (2015). No palco da vida, a morte em cena: as repercussões da

terminalidade em UTI para família e para equipe médica. [Tese de doutorado,

Universidade Católica do Rio de Janeiro]. https://www.maxwell.vrac.pucrio.br/26557/26557.pdf

Neri, R., & Marinho, S. (2010). Do tratamento ao cuidado: o relato de uma experiência

de grupo Balint-Paidéia. In Instituto Nacional de Câncer. Comunicação de notícias difíceis: compartilhando desafios na atenção à saúde, pp. 97-106. INCA.

https://abrafin.org.br/wp-content/uploads/2015/01/comunic_noticias_dificeis.pdf

Rando, T. (2000). Clinical dimensions of anticipatory mourning. Research Press.

Santana, J. C. B., Wenceslau, D. R., Martins, F. S., Almeida, M. F. de, & Costa, M. M.

S. (2012). Cuidados paliativos nas unidades de terapia intensiva: implicações na

assistência de enfermagem. Enfermagem Revista, 15(3), 327-343.

http://periodicos.pucminas.br/index.php/enfermagemrevista/article/view/21101/0

Santos, R. A., & Moreira, M. C. N. (2014). Resiliência e morte: o profissional de

enfermagem frente ao cuidado de crianças e adolescentes no processo de finitude

da vida. Ciência & Saúde Coletiva, 19(12), 4869-4878.

http://dx.doi.org/10.1590/1413-812320141912.18862013

Schütz, A. (1974). El problema de la realidad social. Escritos I. Amorrortu.

Schütz, A. (2003). Estudios sobre teoría social. Escritos II. Amorrortu.

Schütz, A. (1979). Fundamentos da Fenomenologia. O Cenário Cognitivo do Mundo da

Vida. Ação no Mundo da Vida. O Mundo das Relações Sociais. In H. Wagner

(Org.), Fenomenologia e relações sociais: textos escolhidos de Alfred Schütz (pp.

-76, 77-120, 121-156, 157-237). Zahar.

Vicensi, M. do C. (2016). Reflexão sobre a morte e o morrer na UTI: a perspectiva do

profissional. Revista Bioética, 24(1), 64-72. https://doi.org/10.1590/1983-

Vieira, A. G., & Waischunng, C. D. (2018). A atuação do psicólogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva: a atenção prestada ao paciente, familiares e equipe,

uma revisão da literatura. Revista da SBPH, 21(1), 132-153.

http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rsbph/v21n1/v21n1a08.pdf

Downloads

Publicado

2020-06-04

Como Citar

Santos, Q. N., Porto, L. A., & Batista, C. B. (2020). Significados de morte e morrer para profissionais de unidade de terapia intensiva. Psicologia Argumento, 38(100), 316–337. https://doi.org/10.7213/psicolargum.38.100.AO06

Edição

Seção

Artigos