Jezabel Desvelada, Violência, Poder e Silenciamento na Construção de uma Inimiga Bíblica:

Uma análise crítica das estratégias narrativas que moldam a memória de Jezabel como figura subversiva e ameaçadora.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.7213/2175-1838.17.003.AO05

Resumo

O artigo investiga a construção narrativa e simbólica da figura de Jezabel nos textos bíblicos, especialmente em 1 e 2 Reis, à luz da crítica feminista e dos estudos de memória cultural. Analisa como a personagem foi moldada como inimiga arquetípica, associada à idolatria, à sedução e à violência, revelando processos de silenciamento, demonização e apagamento de mulheres em contextos patriarcais. A pesquisa evidencia que a representação de Jezabel serve não apenas a interesses teológicos, mas também políticos e ideológicos, perpetuando estigmas que ecoam na tradição religiosa e cultural ocidental. 

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Biografia do Autor

Glauce Silva, Universidade Metodista de São Paulo

Glauce Silva é mestra em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo. Bacharela em teologia pela Faculdade Teológica Batista de São Paulo. Possui especialização em Filosofia e Sociologia. Docente no Instituto de Educação Teológica no Estado de São Paulo (IETESP), desde 2011. Atua como professora nas áreas de Teologia e Ciências Humanas, com ênfase em temas relacionados à religião, sociedade e ética contemporânea. É pastora vice-presidente da Igreja Comunidade Cristã Ágape. Faz parte do grupo de pesquisa Arqueologia no Antigo Oriente Próximo e é membra da Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica (ABIB). Seu trabalho acadêmico é orientado para produção de pesquisas relevantes, comprometidas com a transformação social e a reflexão crítica no campo religioso.

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Publicado

2025-12-09

Como Citar

de Oliveira Santos da Silva, G. (2025). Jezabel Desvelada, Violência, Poder e Silenciamento na Construção de uma Inimiga Bíblica:: Uma análise crítica das estratégias narrativas que moldam a memória de Jezabel como figura subversiva e ameaçadora. Revista Pistis & Praxis, 17(3), 594–607. https://doi.org/10.7213/2175-1838.17.003.AO05