Na parábola do desvalido no caminho (Lc 10, 25-37): o autoconceito pela humanização em saúde

Authors

  • Ramiro Délio Borges de Meneses Universidade Católica Portuguesa

DOI:

https://doi.org/10.7213/pp.v3i2.13256

Keywords:

Parábola do bom samaritano, Autoconceito, Mim. W. James, Humanização em saúde e bioética.

Abstract

Com este texto procuramos uma leitura do pensamento de W. James sobre o self (autoconceito) no âmbito da parábola do bom samaritano (Lc 10, 25-37). Aqui, encontramos uma original forma de abordar o sentido da humanização, em saúde, pelos fundamentos antropológico-bíblicos do autoconceito e a forma como este se vivencia no âmbito da mesma humanização em saúde. Naturalmente, o “autoconceito” está presente, nessa parábola, sob a forma de um “acolhimento esplancnofânico” na vida de um desvalido no caminho. O samaritano faz um “mim agápico” ao Homo Viator, dado este que determina um “mim soteriológico” pela misericórdia de Deus-Pai. Variados são os “mim” na parábola, a começar pelo mim material, representado nos salteadores, passando ao “mim litúrgico”, que tem o sentido na dimensão do “mim de identidade”, referido nas personagens do sacerdote e do levita. Um dos elementos fundamentais, presentes na parábola do desvalido no caminho, radica no “mim social”, que se referem em dois árbitros, que salientam o sentido do “mim de identidade”, referenciados nos personagens fictícios: sacerdote e levita. Assim, a parábola apresenta uma nova concepção do sentido do autoconceito na vida de um desvalido no caminho pela acção agápica de um samaritano bom. O “mim” espiritual e o “mim” social conferem um sentido pastoral à parábola do bom samaritano, em virtude da “deliberação esplancnofânica” do samaritano perante o desvalido no caminho.

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Author Biography

Ramiro Délio Borges de Meneses, Universidade Católica Portuguesa

Mestre em Bioética Teológica, pela Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP), lecciona no Instituto Politécnico de Saúde do Norte (Gandra e Famalicão) e no Instituto Superior de Ciências da Saúde do Norte – Gandra; investigador sénior do Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa – Centro Regional do Porto; Investigador do Centro de Estudos Filosóficos da Faculdade de Filosofia – Centro Regional de Braga, UCP - Portugal.

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Published

2011-10-06

How to Cite

de Meneses, R. D. B. (2011). Na parábola do desvalido no caminho (Lc 10, 25-37): o autoconceito pela humanização em saúde. Pistis Praxis, 3(2), 557–570. https://doi.org/10.7213/pp.v3i2.13256

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