EFEITOS DO ENDOSULFANO NA ATIVIDADE DA ACETILCOLINESTERASE DE CASCUDO (Ancistrus multispinnis, FISH, TELEOSTEI)

Abstract

Respostas biológicas à presença de poluentes, também chamadas biomarcadores, podem ser usadas como indicadores precoces de contaminação ambiental. Esses biomarcadores são usados em programas de monitoramento ambiental, porém, devido às características de cada espécie animal usada como bioindicadora, a utilização de biomarcadores deve ser precedida da padronização dos métodos. A atividade da acetilcolinesterase é um dos mais antigos biomarcadores de contaminação aquática em peixes. Pesticidas organofosforados e carbamatos atuam como inibidores da acetilcolinesterase, outros compostos, porém, parecem também ter esta capacidade. É motivo de controvérsia na literatura a atividade anticolinesterásica do organoclorado endosulfano. Neste trabalho foi escolhida uma espécie nativa de peixe (Ancistrus multispinnis) e a viabilidade do uso da atividade acetilcolinesterásica como biomarcador de contaminação por endosulfano foi avaliada. Uma dose subletal de endosulfano (4 mg/kg) intracelomática foi administrada e uma amostra de músculo retirada após 24, 48 e 96 horas. A atividade acetilcolinesterásica foi medida e não se encontrou diferença estatística significativa em comparação ao grupo controle. Uma correlação negativa foi encontrada entre o peso e comprimento dos peixes em relação à atividade da enzima. Não houve correlação da atividade enzimática com o sexo dos animais. Esta informação se torna relevante em programas de monitoramento ambiental, onde se compara a atividade colinesterásica de peixes coletados em diferentes locais. O estudo dos efeitos do endosulfano em laboratório é importante no sentido de elucidar possíveis mecanismos de ação, viabilidade do uso do biomarcador e contribuir para a interpretação de resultados obtidos em pesquisas de campo.