Avaliação sanitária da terminação de cordeiros em confinamento no estado de São Paulo
Abstract
Com a crescente demanda por alimentos pela população mundial, estudos que buscam melhorar os aspectos de produção e qualidade dos alimentos são essenciais para atender a essa demanda. Isso é especialmente importante em mercados com grande potencial de crescimento, como a ovinocultura de corte no Brasil. Este trabalho avaliou a incidência de doenças em cordeiros terminados em confinamento em uma propriedade nas proximidades da cidade de Piracicaba, SP. Durante 75 dias, acompanhou-se um lote de 150 cordeiros, sem raça definida, dente de leite e peso médio inicial de 28,9 kg, mantidos confinados em baia coletiva. Na chegada dos animais à propriedade, foi implementado um protocolo de vacinação contra clostridiose utilizando a vacina Polistar® e realizou a vermifugação com 5 mg de Cloridrato de Levamisol (Ripercol® L, ZOETIS, Campinas, São Paulo, Brasil), os animais foram avaliados individualmente a cada quinzena registrando-se a ocorrência de doenças em uma planilha Excel® 2010. Duas doenças foram mais presentes no lote: a papilomatose, que teve seu pico de incidência (72 animais) na segunda quinzena, e a ceratoconjuntivite, presente em 47 animais na primeira quinzena de confinamento e depois esse número diminuiu gradativamente, mas também ocorreram 5 casos de ectima contagiosa e 2 mortes por motivos desconhecidos, representando uma mortalidade de 1,3%. Em conclusão, papilomatose e ectima foram as doenças de maior incidência, evidenciando atenção do produtor para vistoria frequente e tratamento dos animais doentes, bem como o treinamento do produtor, uma vez que ambas são doenças altamente contagiosa, o que demanda a adoção de protocolos sanitários bem orientados, inclusive sendo recomendado o isolamento dos animais doentes até que sejam totalmente recuperados. No confinamento, a alta lotação favorece a ocorrência de doenças contagiosas, é também relevante mencionar que os animais utilizados foram oriundos do Nordeste, adquiridos em diversas propriedades, e até chegar ao local de confinamento foram transportado por aproximadamente 3 dias, portanto, o estresse da viagem favoreceu o aparecimento das doenças no decorrer do confinamento. Apesar disso, a taxa de mortalidade permaneceu dentro do esperado para situação de confinamento.