Presença de Hepatozoon sp. em serpentes recepcionadas em um centro de triagem de animais silvestres na Bahia
DOI:
https://doi.org/10.7213/acad.2024.22008Resumo
Os parasitos sanguíneos que afetam os répteis exibem uma notável diversidade em termos de gêneros e espécies, superando em variedade àqueles que afetam os mamíferos. As hemogregarinas são os parasitos mais comumente encontrados na corrente sanguínea de répteis, sendo o Hepatozoon spp. o mais frequente em serpentes. Objetivou-se, assim, investigar a presença de Hepatozoon spp. em serpentes recepcionadas no Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), em Cruz das Almas, no estado da Bahia, Brasil. O estudo foi realizado entre os meses de junho e agosto de 2023 no CETAS-Cruz das Almas. Dezesseis espécimes de serpentes recepcionadas durante o período foram contidos fisicamente e realizou-se a coleta de amostras sanguíneas. Extensões sanguíneas foram confeccionadas e coradas com Panótico Rápido. As lâminas foram examinadas em microscópico óptico com ampliações de 400x e 1000x. A parasitemia foi determinada pela contagem do número de parasitos visualizados em 2.000 eritrócitos, em 20 campos de 100 eritrócitos examinados. Dos 16 animais analisados, 5 (31,25%) apresentaram hemoparasitos do gênero Hepatozoon: Boa constrictor (n = 2), Erythrolamprus reginae (n = 1), Epicrates assisi (n = 1) e Micrurus ibiboboca (n = 1). A parasitemia média variou entre as espécies: B. consrictor (5,0%), E. reginae (5,0%), M. ibiboboca (2,5%) e E. assisi (2,5%). A prevalência de Hepatozoon spp. foi significativa, com variações na carga parasitária entre as espécies. Este estudo destaca a necessidade de considerar fatores ambientais e de manejo na prevalência de hemoparasitos em répteis e sugere que certas espécies, como as serpentes, podem ser mais suscetíveis à infecção por Hepatozoon spp.