Toxicidade aguda da amônia em pacu (Piaractus mesopotamicus)
DOI:
https://doi.org/10.7213/acad.2021.19004Palavras-chave:
Aquicultura. NH3. Concentração letal.Resumo
O Piaractus mesopotamicus é um peixe endêmico da bacia dos rios Paraná-Paraguai, apresentado boa adaptação em sistema intensivo de produção. Nesses sistemas, a amônia pode alcançar níveis extremos quando atividades nutricionais e de manejos não são corretas. Neste sentido, o objetivo do presente estudo foi avaliar a capacidade de tolerância de P. mesopotamicus expostos a diferentes concentrações de amônia e seu efeito na glicemia e concentração de amonia plasmática. Foram utilizados 36 exemplares com peso médio de 268 ± 71 g e 20,7 ± 3,08 cm de comprimento padrão, dividios em 12 aquários contendo seis tratamentos e três exemplares por unidade experimental. Os tratamentos foram compostos por concentrações diferentes de NH4Cl nas seguintes doses: 0,0 (controle); 0,1; 0,2; 0,4; 0,6; e 0,8 mg.L-1 durante um período de 96 horas. Análises dos parâmetros de qualidade da água foram realizadas a cada 24 horas, a mortalidade contabilizada com intervalos de no máximo 12 horas e as análises sanguíneas foram realizadas nos animais sobreviventes ao teste. A amônia é tóxica para os pacus a partir de 1,674 mg.L-1de N-NH3, dose em que ocorreu a mortalidade de 50% da população em 66,75 horas e em 100% da população em 92,5 horas. O elevado nível de glicose observado no tratamento 0,4 de NH4Cl pode ser atribuído ao estresse a que esses animais estavam acometidos, pois todos os animais estavam em um mesmo tempo de jejum. Conclui-se que 50% da população de P. mesopotamicus é tolerante até a 1,674 mg.L-1de N-NH3 num período de 66,75 horas.