Adaptação de um protocolo para avaliação do bem-estar de cães (Canis familiaris) da Polícia Militar
DOI:
https://doi.org/10.7213/1981-4178.2018.161004Palavras-chave:
Animais domésticos. Cães de trabalho. Comportamento animal.Resumo
Com o presente estudo objetivou-se propor um protocolo para a avaliação do bem-estar de cães utilizados em atividades policiais, a partir de uma adaptação do protocolo Shelter Quality (SQ, Barnard et al., 2014), visando fornecer uma ferramenta para mensuração da qualidade de vida destes animais. Participaram do estudo 11 cães pertencentes ao canil do Pelotão de Policiamento com Cães da 4ª Cia PM Independente de Policiamento Especializado, Juiz de Fora, MG. O estudo foi dividido em: a) adaptação do protocolo SQ para avaliação do bem-estar dos cães; b) descrição da rotina de trabalho dos cães. Os indicadores de bem-estar presentes no protocolo SQ foram Organizados em três níveis de registro: medidas tomadas para o canil (tipo de alojamento, frequência de exercício, taxas de mortalidade e morbidade, manejo alimentar), medidas nos boxes (espaço disponível, tipo de cama, presença de superfície pontiaguda, fornecimento de água, conforto térmico e nível de latidos) e medidas obtidas nos animais, considerando cada indivíduo como uma unidade amostral (condição corporal, limpeza dos animais, condição do tegumento, claudicação, problemas respiratórios, evidência de dor, diarreia, comportamento anormal, reação ao ser humano e estados emocionais). Por tratar-se de uma pesquisa metodológica e descritiva, os dados foram analisados de modo predominantemente qualitativo. De acordo com os resultados, o protocolo SQ foi aplicável e ofereceu informações relevantes sobre o bem-estar dos cães. No entanto, o mesmo foi considerado incompleto, sendo necessária a inclusão de indicadores adicionais para que contemplasse um maior número de pontos críticos do bem-estar de cães de trabalho; são eles: manejo sanitário, transporte dos cães, higiene dos boxes, disponibilidade de enriquecimento ambiental, local de permanência dos cães durante a limpeza e manutenção dos boxes e socialização dos cães. Quanto à rotina dos cães, a carga horária de policiamento variou de 2 h a 10 h de trabalho semanal/animal, variando de 0 a 4 saídas semanais para policiamento, além de 0 a 160 minutos semanais de recreação fora dos boxes. Embora tenha sido elaborado para avaliação do bem-estar de cães de abrigo, o protocolo SQ foi exequível e prático para a avaliação de cães de trabalho militar. Foi necessário, porém, realizar algumas adaptações para sua melhor adequação às condições de canis militares.