Atitude de consumidores brasileiros sobre o bem-estar animal
DOI:
https://doi.org/10.7213/1981-4178.2018.161001Palavras-chave:
Animais de produção. Demanda. Disponibilidade. Mercado consumidor. Produtos de origem animal.Resumo
Os objetivos deste trabalho foram estudar e identificar as atitudes dos consumidores de produtos de origem animal com ênfase no bem-estar animal (BEA), possíveis vantagens do consumo de alimentos oriundos de melhores práticas de bem-estar e fatores que possam influenciar as
decisões de compra. Para isto, foi realizada uma pesquisa online com 402 consumidores de produtos de origem animal provenientes das cinco regiões brasileiras. Os respondentes afirmaram que o tema BEA recebe pouca importância no país, avaliando as condições dos animais de produção no Brasil como piores quando comparadas às de outras nações, e atribuíram aos produtores rurais a principal responsabilidade quanto ao assunto. Os respondentes demonstraram uma desassociação
entre o alimento e o animal que o originou, porém reconheceram que há influência na promoção do BEA ao adquirirem produtos diferenciados para tal atributo. Do ponto de vista dos respondentes, a disponibilidade de produtos com maior grau de bem-estar, e as informações disponíveis na rotulagem quanto à forma com que os animais são criados, constituem gargalos para a aquisição de tais produtos. O preço pode ser considerado um fator importante, visto que a maioria dos respondentes aceitaria pagar 10% (32,3%) ou 25% (24,6%) a mais em produtos produzidos com maior grau de bem-estar. Com base nos resultados, os respondentes brasileiros se importam com o BEA, porém, diversos fatores podem ser entraves para que exerçam sua preferência ética no comportamento de compra, como falta de informação para o consumidor antes e no momento da compra, baixa disponibilidade dos produtos, desassociação do produto com o animal de origem e custo elevado.