Avanços e recuos do ecumenismo na América Latina: a Campanha da Fraternidade Ecumêmica 2021 em questão

Autores

  • Breno Martins Campos
  • Lindolfo Alexandre de Souza

DOI:

https://doi.org/10.7213/cd.a9n14p18-31

Palavras-chave:

Igreja católica. Protestantismo. Movimento ecumênico. Concílio Vaticano II. Conferências gerais do episcopado latino-americano e do Caribe.

Resumo

O objetivo primário deste artigo é propor que as relações de diálogo ecumênico no contexto latino-americano são marcadas por uma caminhada não linear, com avanços e recuos. Para tanto, por meio de pesquisa bibliográfico-documental e de caráter exploratório, são apresentadas orientações a respeito do ecumenismo na perspectiva da Igreja Católica Apostólica Romana, principalmente por meio de decisões do Concílio Vaticano II (Roma, 1962-1965), bem como por suas reverberações nos textos das conferências gerais do episcopado latino-americano, realizadas em Medellín (Colômbia, 1968), Puebla (México, 1979), Santo Domingo (República Dominicana, 1992) e Aparecida (Brasil, 2007). Tais indicações, marcadas por uma perspectiva favorável ao movimento ecumênico, são colocadas em contraste com outras perspectivas de documentos, eventos e fatos históricos (católicos e não católicos) que apontam para uma compreensão contrária ou, pelo menos, marcada por resistência ao ecumenismo. A título de exemplo, este trabalho propõe que as objeções internas de setores da Igreja católica à Campanha da Fraternidade 2021, realizada de forma ecumênica pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), apesar de serem apontadas pela mídia como uma novidade, são, de fato, mais um capítulo da história ecumênica, marcada por movimentos de aceleração e de frenagem.

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Publicado

19-07-2021

Como Citar

Campos, B. M., & Souza, L. A. de. (2021). Avanços e recuos do ecumenismo na América Latina: a Campanha da Fraternidade Ecumêmica 2021 em questão. Caminhos De Diálogo, 9(14), 18–31. https://doi.org/10.7213/cd.a9n14p18-31