A Literatura e o Concílio Vaticano II:
a Igreja aberta à Cultura
DOI:
https://doi.org/10.7213/2318-8065.10.01.p93-110Resumen
Uma das novidades do Concílio Vaticano II foi a mudança de como a Igreja Católica se relaciona com a Cultura, as Artes e a Literatura. De uma visão punitiva, a Igreja apresentou uma visão aberta a essas manifestações. Partindo da análise do discurso inicial de João XXIII no Concílio Vaticano II e da carta de Francisco sobre a Literatura no ensino da Igreja, este artigo aborda as questões que o aprofundamento do estudo da Literatura pode gerar na Igreja. A apresentação das críticas à Igreja Católica de dois romances clássicos (“O Crime do Padre Amaro” e “Dom Casmurro”) indicam que o estudo de obras literárias pode trazer questionamentos perturbadores à Igreja. No caso, identificou-se questões sobre seminários, celibato e diaconato permanente. Assim, conclui-se que o “aggiornamento” proposto por João XXIII ainda está longe de ser atingido em plenitude, pois há a necessidade de Francisco chamar atenção ao estudo da Literatura. Ao contrário, o “aggiornamento” corre o perigo de se extinguir com uma Igreja mais normativa.






