Thomas Merton: a presença de um amor e a escolha pela liberdade da solidão
DOI:
https://doi.org/10.7213/2318-8065.09.02.p16-23Resumo
Thomas Merton foi um monge católico da Ordem Cisterciense da Estrita Observância e considerado um dos grandes representantes da espiritualidade cristã do século XX. Do seu isolamento no mosteiro, Merton deixou reflexões marcantes sobre vários temas da humanidade. Dentre esses temas, a noção de solidão teve um lugar privilegiado em suas reflexões: seja por ser uma categoria muito presente em suas considerações, seja por ser uma dinâmica significativa na propulsão do seu exercício contemplativo. No entanto, uma dada situação veio a contribuir ainda mais para essa dimensão da solidão na espiritualidade de Merton, pois, após precisar de cuidados médicos, o monge trapista se apaixonou pela enfermeira designada para cuidar de seus curativos. O objetivo deste presente texto é refletir sobre a categoria da solidão em Thomas Merton e discutir sobre a vivência dessa categoria diante da situação de sua relação amorosa com a enfermeira Marge Smith – chamada por ele pelo codinome “M”. Nesse sentido, lançando mão principalmente do seu diário (reunido na obra “Merton na Intimidade”) e de alguns textos de Merton sobre o tema, pretende-se comparar essas experiências de solidão presentes na vida dessa figura da mística contemporânea. Para isso, primeiramente, pretende-se apresentar brevemente a perspectiva de solidão para Thomas Merton e o seu papel dentro da experiência contemplativa; logo após, busca-se debruçar sobre os desdobramentos do envolvimento amoroso de Merton com a enfermeira Marge Smith, destacando a categoria da solidão nessa abordagem.






