Representações sociais da hipertensão, do convívio e tratamento da doença
DOI:
https://doi.org/10.7213/psicolargum.37.98.AO02Palavras-chave:
Representações sociais, Hipertensão Arterial Sistêmica, Doença CrônicaResumo
Um significativo número de óbitos ocorre devido à hipertensão arterial sistêmica (HAS). O tratamento pode possuir dificuldades de concretização devido às ideias sociais que circulam sobre a HAS. Esta pesquisa utilizou a Teoria das Representações Sociais, tendo em vista a possibilidade de conhecimento do saber social, que pode contribuir para as políticas públicas. Assim, objetivou-se identificar as representações sociais da HAS, do tratamento e do convívio com a doença para pessoas que vivem com essa condição clínica. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas na residência de 60 usuários do Sistema Único de Saúde na cidade de Jaraguá do Sul – SC que convivem com a HAS há no mínimo dois anos. Os dados foram submetidos à três análises hierárquicas descendentes por meio do software IRaMuTeQ. Uma em relação à HAS, outra ao tratamento e outra sobre o convívio com a doença. Os resultados demonstraram que a representação social da hipertensão arterial, do tratamento e do convívio com a doença compartilham entre si significados centralizados no contexto prático. Este contexto é associado principalmente ao uso do medicamento, sendo pouco mencionado o controle não medicamentoso. Ressalta-se a necessidade de políticas públicas que considerem as representações sociais sobre o fenômeno.
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