Mulheres encarceradas: histórico de maus-tratos e exposição dos filhos à violência do parceiro íntimo
DOI:
https://doi.org/10.7213/psicolargum.40.111.AO01Palabras clave:
Encarceramento feminino, Maus-tratos infantis, Violência entre parceiros íntimos.Resumen
Mulheres privadas de liberdade, muitas vezes, possuem prévio histórico de maus-tratos e encarceramento no âmbito familiar. Tendo isso em vista, este trabalho visa identificar associações entre experiências de maus-tratos infantis e violência de parceiros íntimos nesta população. Foi aplicado um questionário que abordava dados sociodemográficos, histórico de violência na vida e a exposição de seus filhos à violência. Participaram 104 mulheres encarceradas com idades entre 18 e 64 anos, de duas penitenciárias do Estado do Paraná. Os resultados apontam que 29,8% consideram ter existido algum tipo de abuso em seu círculo familiar, dos quais, 24% delas foram as próprias vítimas, durante a infância. Ainda, 35,6% sofreram alguma forma violência de parceiro íntimo, sendo a física (19,2%), a mais comum identificada. Em relação à notificação da violência cometida por um parceiro, foi observada uma associação entre ter sofrido violência do parceiro na presença dos filhos e a notificação. Esse resultado reforça a ideia que os filhos seriam um fator protetivo para estas mulheres buscarem ajuda. Pesquisas futuras devem investigar as concepções das mulheres privadas de liberdade sobre violência e estratégias de intervenção que auxiliem no manejo das consequências dessa exposição em suas vidas.
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