“Acho que homem... não é para ele essa profissão”: contrapontos de gênero no trabalho doméstico

Autores/as

  • Maria Chalfin Coutinho Universidade Federal de Santa Catarina
  • Tielly Rosado Maders Universidade Federal de Santa Catarina
  • Camila Trindade Universidade Estadual de Maringá
  • Liandra Savanhago Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.7213/psicolargum.36.91.AO01

Palabras clave:

trabalho doméstico, gênero, cotidiano.

Resumen

O presente artigo tem como objetivo evidenciar contrapontos de gênero presentes no cotidiano do trabalho doméstico remunerado e não remunerado. O serviço doméstico contempla um significativo contingente de trabalhadoras no Brasil e, apesar de sua recente regulamentação, grande parcela permanece na informalidade. No Brasil estes serviços são desenvolvidos majoritariamente por mulheres negras, provenientes de famílias de baixa renda e escolaridade e guardam traços da sociedade colonial escravista. Foram realizadas entrevistas com um total de 10 diaristas atuantes na Grande Florianópolis, nove mulheres e um homem. As diferenças identificadas nas falas das/o diaristas apontam para formas específicas de relações que se estabelecem no cotidiano de trabalho. Nesta perspectiva, foi possível identificar relações marcadas por estereótipos de gênero, com traços da herança escravista, e também permeadas por referências que constituem o mundo do trabalho no sistema capitalista.

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Publicado

2019-11-05

Cómo citar

Coutinho, M. C., Maders, T. R., Trindade, C., & Savanhago, L. (2019). “Acho que homem. não é para ele essa profissão”: contrapontos de gênero no trabalho doméstico. Psicologia Argumento, 36(91), 1–15. https://doi.org/10.7213/psicolargum.36.91.AO01

Número

Sección

Artigos