Que voz de criança fala no narcotráfico?

Autores/as

  • Ane Ribeiro Patti
  • Lucília Maria Sousa Romão

Palabras clave:

Análise do discurso, Sujeito, Sentidos de criança, Narcotráfico.

Resumen

Neste trabalho, partimos de um acontecimento escrito – uma dissertação de mestrado – para fazer circular algumas ideias trabalhadas neste pequeno advento de discurso. Selecionamos um capítulo em que investigamos as condições de produção do narcotráfico no país, analisando, à luz da teoria discursiva de Michel Pêcheux (análise do discurso) e da psicanálise de releitura lacaniana, como são/foram produzidos e sustentados sentidos de vida e morte pelos sujeitos-criança inseridos nas tramas do tráfico de drogas. Também focamos a heterogeneidade do ser-criança subjetivado nessa formação discursiva própria ao capitalismo. Nosso corpus, constituído por recortes de dados midiáticos (documentário) e científicos (livros e estudos) sobre o tema, aponta para a tensão de efeitos de trabalho no âmbito de algo que (a)firma o sujeito em uma relação imaginária de evidência com seus dizeres, escamoteando outras possibilidades de vir-a-ser. Esses efeitos de evidência são descritos pela análise de discurso como resultantes de uma operação ideológica que naturaliza os sentidos, a ponto de ser naturalizado o paradoxo do “ser criança” – um ser filiado aos sentidos característicos do que identificamos que é ser criança. Ao mesmo tempo, são produzidos sentidos de criança que, ao ocupar lugares sociais e funções que estão em oposição ao que é “esperado” de acordo com as leis e estatutos, causam um furo nos sentidos históricos construídos e inscritos socialmente – é essa a condição que caracteriza a criança que convive/trabalha para o narcotrá- fico, consome drogas e se consome.

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Publicado

2017-11-24

Cómo citar

Ribeiro Patti, A., & Sousa Romão, L. M. (2017). Que voz de criança fala no narcotráfico?. Psicologia Argumento, 29(66). Recuperado a partir de https://periodicos.pucpr.br/psicologiaargumento/article/view/20195

Número

Sección

Artigos