Psicólogos nas Políticas Públicas de Assistência Social: atuação em CRAS e interface com a formação acadêmica

Authors

DOI:

https://doi.org/10.7213/psicolargum.38.101.AO02

Keywords:

Políticas Públicas. Formação do psicólogo. Psicologia comunitária. Psicologia Política.

Abstract

Este artigo faz uma reflexão sobre práticas dos psicólogos atuantes nos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS), na interface com a formação acadêmica. Objetiva contribuir para formação de psicólogos junto a Política Nacional de Assistência Social. O referencial teórico utilizado é a Psicologia Histórico Cultural. Coleta de dados ocorreu mediante entrevista com oito psicólogos de CRAS. Análise fundamentou-se na pesquisa qualitativa constituindo-se 4 núcleos de significação: Mal-estar de trabalhar no campo da Assistência Social; Conflitos de identidade profissional; Bom senso, ecletismo e conhecimentos da clínica tradicional como referências teóricas para o trabalho em CRAS; Práticas nos CRAS: fazeres dos psicólogos X conhecimentos necessários. A pesquisa indica a necessidade de se rever a formação, compreendendo-se a Assistência Social enquanto Política Pública que afirma direitos, e para a construção de práticas psicológicas que superem o modelo clínico individualizante essencialista, tradicionalmente aplicado à formação de psicólogos.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Dione Maria Menz, Universidade Federal do Paraná

Professora do Setor de Educação Profissional e Tecnológica da UFPR, graduada  em Enfermagem  Obstétrica e Psicologia pela UFPR,  mestrado em  Psicologia pela UTP-PR, doutoranda em Educação pela UFPR. Areas de interesse: Saúde Coletiva, Psicologia Social Comunitária, Saúde Mental, Políticas Públicas e  Tecnologias na Educação

Denise de Camargo, Universidade Federal do Paraná

Doutora e Mestra em Psicologia Social (PUC SP). Psicóloga (PUC-PR). Professora sênior da Linha de pesquisa Cognição, Aprendizagem e Desenvolvimento do programa de Pós Graduação em Educação (UFPR). Professora titular do Mestrado em Psicologia na área de Psicologia Social e Saúde (UTP), Curitiba, Paraná, Brasil.

References

Bastos, A. V. B. & Gomide, P. I. C. (1989). O psicólogo brasileiro: sua atuação e formação profissional. Psicologia: Ciência e Profissão, 9(1).

Bastos, A. V. B.; Gondi N, S. M. G. & Borges-andrade, J. B. (2010). O psicólogo brasileiro: sua atuação e formação, o que mudou nas últimas décadas? In O. Yamamoto H & A.L Costa (Org), Escritos sobre a profissão de psicólogo no Brasil (pp. 255-271). Natal: EDUFRN.

Bock, A. M. B. (1997). Formação do psicólogo: um debate a partir do significado do fenômeno psicológico. Psicologia: Ciência e Profissão, Conselho Federal de Psicologia, 17(2).

Brasil. (2018). Ministério do Desenvolvimento Social. Censo SUAS 2017: análise dos componentes sistêmicos da política nacional de assistência social. Brasília, DF: MDS.

Brasil. (2009) Ministério do Desenvolvimento e Combate à Fome. Orientações técnicas. Brasília, DF: Centro de Referência de Assistência Social.

Camargo, D. (2004). As emoções & a escola. Curitiba: Travessa dos Editores.

Camargo, D. & Ferrarini, N. L. (2012). O Sentido da psicologia e a formação do psicólogo: um estudo de caso. (p.710-719). Psicologia & Sociedade, 24(3).

COIMBRA, C. M. B. (1995). Guardiães da ordem: uma viagem pelas práticas PSI no Brasil do milagre. Rio de Janeiro: Oficina do Autor.

Conselho Federal de Psicologia. (2006). Quem é o psicólogo brasileiro. Brasília. Recuperado de: <http://www.pol.org.br/pol/cms/pol/publicacoes /relatorios/relatorios_ 050513_0101.htm.>.

Cordeiro, M. P. (2018). A Psicologia no SUAS: uma revisão de literatura. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 70(3), 166-183. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672018000300012&lng=pt&nrm=iso

Cruz, L. R. & Guareschi N. (2014). Políticas públicas e assistência social: diálogos com práticas psicológicas. 5a ed. Petrópolis: Vozes.

Freitas, M. F. Q. (2015) Psicologia na comunidade, psicologia da comunidade e psicologia (social) comunitária - práticas de psicologia em comunidade nas décadas de 60-90, no Brasil. In R. H. F Campos (Org.) Psicologia comunitária: da solidariedade à autonomia (pp. 54-80). 20a ed. Petrópolis: Vozes.

Gomez, G. R.; Flores, J. G. & Jiménez, E. G. (2002). Metodologia de lá investigación cualitativa. Santiago de Cuba: Prograf.

González Rey, F. G. (2003). Sujeito e subjetividade: uma aproximação histórico cultural. São Paulo, SP: Pioneira Thonson Learning.

González Rey, F. G. (2012). O social na psicologia e a psicologia social: a emergência do sujeito. 3a ed. Petrópolis, SP: Vozes.

Guareschi, P. (2012). Psicologia social crítica: como pratica da libertação. 5a ed. Porto Alegre: EDIPUCRS.

Macedo, J. P.; Dimenstein, M. (2012). O trabalho dos psicólogos nas políticas sociais no Brasil. Avances en Psicologia Latinoamericana, 30(1), 182-192).

Montero, M. (2004). La participación y el compromisso em el trabajo comunitario. In M. Montero (Org.), Introducción a la psicologia comunitária: desarrollo, conceptos y procesos (pp. 108-122). Buenos Aires: Paidós.

Rivero, N. E. E. (2014). Entre o zumbi e o fantasma: o paradoxo das formações profissionais. In N. M. F Guareschi (Org.), Psicologia, formação, políticas e produção em saúde (pp. 141-156). Porto Alegre, RS: EDIPUCRS.

Rivero, N. E. & Torassin, S. D. (2014). Políticas públicas e modos de viver: a produção de sentidos sobre vulnerabilidade. In: L. R, Cruz & N. Guareschi. Políticas públicas e assistência social: diálogos com práticas psicológicas (pP. 56-69). 5a ed. Petrópolis: Vozes.

Sawaia, B. (2014). O sofrimento ético-politico como categoria de análise da dialética exclusão/inclusão. In B. Sawaia (Org). As artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da desigualdade social (pp. 97-118). 14a ed. Petrópolis: Vozes.

Sawaia, B. (2015). Comunidade: a apropriação científica de um conceito tão antigo quanto a humanidade. In R. H. F. Campos (Org.). Psicologia social comunitária: da solidariedade à autonomia (pP. 35-53). 20a ed. Petrópolis: Vozes.

Vasconcelos, C. M. (2006). Política e gestão no SUS: uma interação conflitiva. In J. L. Castro. Política e Gestão em Saúde: reflexões e estudos (pp. 49-68). Natal, RN: Observatório RN-NESC/UFRN.

Wanderley, M. B. (2014) Refletindo sobre a noção de exclusão. In: B. Sawaia (Org.). As artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da desigualdade social (pp. 16-26). 14a ed. Petrópolis: Vozes.

Published

2020-08-04

How to Cite

Menz, D. M., & Camargo, D. de. (2020). Psicólogos nas Políticas Públicas de Assistência Social: atuação em CRAS e interface com a formação acadêmica. Psicologia Argumento, 38(101), 431–449. https://doi.org/10.7213/psicolargum.38.101.AO02

Issue

Section

Articles