A escolha das(os) acadêmicas(os) de pedagogia a constituição de uma identidade profissional

Authors

DOI:

https://doi.org/10.7213/psicolargum.37.96.AO04

Keywords:

escolha profissional, pedagogia, expectativa

Abstract

Esta pesquisa volta-se para a escolha profissional dos acadêmicos de Pedagogia com o objetivo de conhecer como se dá essa escolha e quais as expectativas desses estudantes quanto à inserção no mercado. Pretende-se problematizar sobre a constituição de uma identidade profissional comprometida com as ações pedagógicas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa exploratória, cujos dados foram coletados por meio de quinze entrevistas semiestruturadas com voluntários do primeiro período do curso de Pedagogia. A análise do conteúdo indica que a escolha profissional do Pedagogo é influenciada por uma visão ingênua e fatalista sobre a sua condição no mundo, revelando uma visão de intervenção pautada nos cuidados maternos. Identificamos que os pedagogos entrevistados são pessoas que buscam ideais enraizados em práticas, sentimentos, valores e princípios familiares trazidos pela Igreja Católica desde os primórdios da história, em busca de uma ocupação profissional que os permitam alcançar a estabilidade financeira por meio de concurso público.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Carolina Zanella de Queiroz, Clínica particular de Psicopedagogia

Ex-professora nas Faculdades Integradas Santa Cruz de Curitiba e Faculdades Bagozzi, atuando na área de Educação. Formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em Pedagogia com habilitação em Orientação Educacional. Mestre em Psicologia Social pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Especialista em Disfunções Neuro-psico-sociais e Processo de Ensino-Aprendizagem (1983), Currículo e Prática Educativa (1998) e Psicopedagogia (1997). Ocupou os cargos de professora da Educação Infantil à 4ª série do Ensino Fundamental, Orientação Educacional das 5ª/6ª séries do Ensino Fundamental 1 e do 1º ano do Ensino Médio, assim como o cargo de Coordenadora no Colégio N. S. Medianeira, durante 29 anos. Ocupou o cargo de Assessora Pedagógica dos livros didáticos da Editora Saraiva durante 3 anos. Participou de vários seminários e congressos da área de Educação e Saúde, assim como ministra palestras à várias instituições públicas e particulares, para pais e profissionais da Educação. Ministra aulas no curso de Psicopedagogia a nível de pós-graduação.

Denise de Camargo, Universidade Federal do Paraná Universidade Tuiuti do Paraná

Possui graduação em Formação de Psicólogos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1975), graduação em Licenciatura Em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1974), mestrado em Psicologia (Psicologia Social) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1988) e doutorado em Psicologia (Psicologia Social) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1997). Professora Sênior da Universidade Federal do Paraná e professor titular da Universidade Tuiuti do Paraná. Tem experiência na área de Educação e Práticas Sociais Comunitárias, atuando principalmente nos seguintes temas: emoção, subjetividade, prática educacional, psicologia escolar no ensino superior, diversidade e inclusão na perspectiva da Psicologia Social Comunitária e Psicologia Histórico-cultural.

Maria Sara de Lima Dias, Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Pós-Doutora em Psicologia pela Universidade Autónoma de Barcelona, Doutora em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (2009) possui mestrado (2004) em Psicologia da Infância e Adolescência e graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Paraná (1990). Especialista em Pedagogia Social pela Universidade Católica Portuguesa. Atualmente trabalha com projetos de Orientação Profissional e Planejamento de Carreira, e no Diagnóstico e implantação de Redes Sociais. Trabalha principalmente nos seguintes temas: projeto de vida, planejamento de carreira, psicologia social e comunitária , psicologia organizacional e do trabalho, psicologia da educação e saúde. Colabora com o Programa de Pós -Graduação do Mestrado em Psiologia Social Comunitária na UTP, atua na Universidade Tecnologica Federal do Parana, como professora do Departamento de Estudos Sociais.(DAESO) Autora dos livros: Projeto de vida sentidos do trabalho futuro, Planejamento de Carreira uma orientação para estudantes universitários, Dinamica de Grupos Aspectos teóricos e práticos, Praticas do Psicólogo nas Políticas Publicas.

References

Agier, M. (2001). Distúrbios Identidários em tempos de globalização. Mana – Estudos de Antropologia Social, 7(2). 7-33. Rio de Janeiro, RJ: Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social. Museu Nacional Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Alves-Mazzotti, A. J. (1991) O planejamento de pesquisas qualitativas em educação. Cadernos de Pesquisa, 77. 53-61.

André, M. (Org.) (2002). Formação de professores no Brasil, 1990-1998. Série Estado do Conhecimento, v.6. Brasília, DF: MEC/INEP/Comp.

Ariès, P. (1973). História social da criança e da família. (2ª ed.) Rio de Janeiro, RJ: Guanabara.

Arroyo, M. G. (2000). Ofício de Mestre: Imagens e auto imagens. Petrópolis, RJ: Vozes.

Bock, A. M. B. (1997). Formação do psicólogo: um debate a partir do significado do fenômeno psicológico. Psicologia: Ciência e Profissão [online], 17(2). 37-42.

Carvalho, J. M. & Simões, R. H. S. (2002). Identidade e Profissionalização Docente: um retrato delineado a partir dos periódicos nacionais. In André, M. (Org.) Formação de professores no Brasil, 1990-1998. Série Estado do Conhecimento, v.6. Brasília, DF: MEC/INEP/Comped.

Carvalho, M. P. de. (1996). Trabalho Docente e relações de gênero. Revista Brasileira de Educação, 2(mai/ago). São Paulo, SP: ANPEd.

Chizzotti, A. (2005). Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo, SP: Cortez.

Costa, M. V. (2002). Uma agenda para jovens pesquisadores. In: Costa, M. V. (Org.). Caminhos Investigativos II: outros modos de pensar e fazer pesquisa em educação. Rio de Janeiro, RJ: DP&A.

D'Angelo Hernández, O. S. (1994). Modelo integrativo del proyecto de vida. Habana, Cuba: Provida II.

D’Angelo Hernández, O. S. (2000). Proyecto de vida como categoria basica de interpretacion de laindentidad individual y social. Revista Cubana de Psicologia, 17(3) 270-275. Havana, Cuba: Centro de Investigaciones Psicológicas y Sociológicas (CIPS).

De Mause, L. (1991). História de la infância. Madri, Espanha: Alianza Universid.

Dias, M. S. D. L. (2009). Sentidos do trabalho e sua relação com o projeto de vida de universitários (Tese de Doutorado não publicada). UFSC, Florianopólis, SC.

Dowbor, L. (1996). Educação, tecnologia e desenvolvimento. In L. Bruno (Org.). Educação e trabalho no capitalismo contemporâneo: leituras selecionadas. (pp.17-40). São Paulo, SP: Atlas.

Freire, P. (1997). Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo, SP: Olho D’àgua.

Fogaça, A., & Salm, C. L. (2006). Educação, trabalho e mercado de trabalho no Brasil. Ciência e Cultura [online], 58(4). 42-43.

Gondim, S. M. G. (2002). Perfil profissional e mercado de trabalho: relação com formação acadêmica pela perspectiva de estudantes universitários. Estudos de Psicologia (Natal)

Haguette, T. M. F. (2001). Metodologias qualitativas na sociologia. Petrópolis, SP: Editora Vozes.

Ianni, O. (1994). Globalização: novo paradigma das ciências sociais. Estudos Avançados [online], 8(21). 147-163.

Leite, E. M. (1996). Reestruturação produtiva, trabalho e qualificação no Brasil. In Bruno, L. (Org.). Educação e trabalho no capitalismo contemporâneo: leituras selecionadas. (pp. 146-87). São Paulo, SP: Atlas.

Levin, E. (1997) A infância em cena – Constituição do sujeito e desenvolvimento psicomotor. Petrópolis, RJ: Vozes.

Libâneo, J. C. (2006). Diretrizes curriculares da pedagogia: imprecisões teóricas e concepção estreita da formação profissional de educadores. Educação & Sociedade, 27(96), 843-876.

Libâneo, J.C. (2005). Pedagogia e pedagogo, para quê? São Paulo, SP: Cortez Editora

___________. (2002). Pedagogia e Pedagogos, Para Quê? São Paulo, SP: Cortez Editora.

Louro, G. L. (1997) Gênero, sexualidade e educação: uma perpectiva pós-estruturalista. Petrópolis, RJ: Vozes; CNTE.

Mancebo, D. (2002). Globalização, cultura e subjetividade: discussão a partir dos meios de comunicação de massa. Psicologia: Teoria e Pesquisa [online], 18(3). 289-295.

Martín-Baró, I. (1998). Psicología de la liberación. Madrid: Editorial Trotta.

____________. (1999). Sistema, grupo y poder: psicologia social desde centroamérica (II). San Salvador, El Salvador: UCA Editores.

Minayo, S. C. M. (1994). Ciência, técnica e arte: o desafio da pesquisa social. In Minayo, S. C. M. (Org.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. (pp. 09-15). Petrópolis, RJ: Vozes.

Narodowski, M. (1993) Infância e poder: A confrontação da pedagogia moderna. (Tese de Doutorado em Educação). Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP.

Nóvoa, A. (1999). Profissão Professor. Porto, Portugal: Editora Porto.

________. (1999). Vida de professores. Porto, Portugal: Editora Porto.

Penna Soares, S. H., & Sestren, Gisele (2007). Projeto Profissional: O redimensionamento da carreira em tempos de privatização. Psicologia & Sociedade, 19(spe), 66-74.

Pereira, E. M. de A., Fiorentini, D., & Geraldi, C. M. G. (Orgs.) (1999). Cartografias do Trabalho Docente. Educação & Sociedade, 68(Ano XX). Campinas, SP: Cedes.

Perrenoud, P. (2001). Formando professores profissionais: Quais estratégias? Quais competências? Porto Alegre, RS: Artmed Editora.

Pimenta, S. G. (2000). Didática e formação de professores: percursos e perspectivas no Brasil e em Portugal.São Paulo, SP: Cortez.

____________. (1997). O Estágio na Formação de Professores – Unidade Teoria e Prática. São Paulo, SP: Cortez Editora.

Pimenta, S. G., & Ghedin, E. (Orgs.) (2005). Professor Reflexivo no Brasil, Gênese e Crítica de um Conceito. São Paulo, SP: Cortez Editora.

Rêses, E. da S. (2008). De vocação para profissão: organização sindical docente e identidade social do professor. (Tese de Doutorado em Sociologia). Universidade de Brasília, Brasília.

Resolução do Conselho Nacional de Educação para o Curso de Pedagodia (CNE/CP), n.º 1/2006 (2006).

Salerno, M. S. (1994). Trabalho e organização na empresa industrial integrada e flexível. In Ferretti, C. J., Zibas, D. M. L., Madeira, F. R., & Franco, M. L. P.B. (Orgs.). Novas tecnologias, trabalho e educação: um debate multidisciplinar. (pp. 54-76). Petrópolis, RJ: Vozes.

Scherer, A. L. F. (1997). Globalização. In Cattani, A. D. Trabalho e tecnologia – Dicionário crítico. (pp. 114-119). Petrópolis, RJ: Vozes.

Romanowski, J. P. (2007). Formação e profissionalização docente. Curitiba, PR: IBEPEX.

Rousseau, J-J. (1995). Emilio ou da educação. (3ª ed.). Rio de Janeiro, RJ: Bertrand Brasil.

Sayão, D. T. (2005). Relações de gênero e trabalho docente na Educação Infantil: um estudo de professores em creche. (Tese de Doutorado em Educação). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

Silva, C. S. B. da. (2003). Curso de Pedagogia no Brasil. História e Identidade. Campinas, SP: Editora Autores Associados.

Tardif, M., & Lessard, C. (2005). O trabalho Docente. Elementos para uma Teoria da Docência como profissão de Interações Humanas. Petrópolis, RJ: Editora Vozes.

Tardif, M., & Raymond, D. (2000). Saberes, tempo e aprendizagem do trabalho no magistério. Educação & Sociedade, 21(73). Campinas, SP: CEDES.

Teixeira, F. J. S. (Org.) et al. (1996). Neoliberalismo e Reestruturação Produtiva. São Paulo, SP: Cortez Editora.

Teo, T. (2015). A Psicologia na “Jangada da Medusa”: entrevistado por Toassa, G. In Psicologia & Sociedade, 27(2), 460-469.

Vaillant, D. (2009). A profissão Docente. In Schwartzman, S., & Cox, C. Políticas Educacionais e coesão social: uma agenda latino-americana. (Christophe, M. $ Caldas, R., Trads.). Rio de Janeiro, RJ: Elsevier; São Paulo, SP: iFHC.

Valore, L. A., & Viaro, R.V. (2007). Profissão e Sociedade no Projeto de Vida de adolescentes em Orientação Profissional. Curitiba, PR: Universidade Federal do Paraná.

Vieira Pinto, A. (1960). Consciência e Realidade Nacional – A consciência ingênua. (Vol. 1). Rio de Janeiro, RJ: MEC/ISEB.

Villela, H. O. S. (1992). A primeira Escola Normal do Brasil. In Clarice Nunes. (Org.). O passado sempre presente. (pp. 17-42). São Paulo, SP: Cortez.

Downloads

Published

2019-12-16

How to Cite

Queiroz, C. Z. de, de Camargo, D., & Dias, M. S. de L. (2019). A escolha das(os) acadêmicas(os) de pedagogia a constituição de uma identidade profissional. Psicologia Argumento, 37(96), 207–229. https://doi.org/10.7213/psicolargum.37.96.AO04

Issue

Vol. 37 No. 96 (2019)

Section

Articles

License

O autor transfere, por meio de cessão, à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 76.659.820/0009-09, estabelecida na Rua Imaculada Conceição, n.º 1155, Prado Velho, CEP 80.215-901, na cidade de Curitiba/PR, os direitos abaixo especificados e se compromete a cumprir o que segue:

 

  1. Os autores afirmam que a obra/material é de sua autoria e assumem integral responsabilidade diante de terceiros, quer de natureza moral ou patrimonial, em razão de seu conteúdo, declarando, desde já, que a obra/material a ser entregue é original e não infringe quaisquer direitos de propriedade intelectual de terceiros.
  2. Os autores concordam em ceder de forma plena, total e definitiva os direitos patrimoniais da obra/material à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, a título gratuito e em caráter de exclusividade.
  3. A CESSIONÁRIA empregará a obra/material da forma como melhor lhe convier, de forma impressa e/ou on line, inclusive no site do periódico da EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, podendo utilizar, fruir e dispor do mesmo, no todo ou em parte, para:
  • Autorizar sua utilização por terceiros, como parte integrante de outras obras.
  • Editar, gravar e imprimir, quantas vezes forem necessárias.
  • Reproduzir em quantidades que julgar necessária, de forma tangível e intangível.
  • Adaptar, modificar, condensar, resumir, reduzir, compilar, ampliar, alterar, mixar com outros conteúdos, incluir imagens, gráficos, objetos digitais, infográficos e hyperlinks, ilustrar, diagramar, fracionar, atualizar e realizar quaisquer outras transformações, sendo necessária a participação ou autorização expressa dos autores.
  • Traduzir para qualquer idioma.
  • Incluir em fonograma ou produção audiovisual.
  • Distribuir.
  • Distribuir mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permite ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda e nos casos em que o acesso às obras ou produções se faça por qualquer sistema que importe em pagamento pelo usuário.
  • Incluir e armazenar em banco de dados, físico, digital ou virtual, inclusive nuvem.
  • Comunicar direta e/ou indiretamente ao público.
  • Incluir em base de dados, arquivar em formato impresso, armazenar em computador, inclusive em sistema de nuvem, microfilmar e as demais formas de arquivamento do gênero;
  • Comercializar, divulgar, veicular, publicar etc.
  • Quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a ser inventadas. 
  1. Os autores concordam em conceder a cessão dos direitos da primeira publicação (ineditismo) à revista, licenciada sob a CREATIVE COMMONS ATTRIBUTION LICENSE, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria.
  2. Os autores autorizam a reprodução e a citação de seu trabalho em repositórios institucionais, página pessoal, trabalhos científicos, dentre outros, desde que a fonte seja citada.
  3. A presente cessão é válida para todo o território nacional e para o exterior.
  4. Este termo entra em vigor na data de sua assinatura e é firmado pelas partes em caráter irrevogável e irretratável, obrigando definitivamente as partes e seus sucessores a qualquer título.
  5. O não aceite do artigo, pela EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, tornará automaticamente sem efeito a presente declaração.