Programa de qualidade na interação familiar e TEA: validade social

Autores

  • Ana Caroline Bonato da Cruz Universidade Federal do Paraná
  • Maria de Fátima Joaquim Minetto Universidade Federal do Paraná
  • Lidia Natalia Dobrianskyj Weber Universidade Federal do Paraná
  • Maria Solineide Oliveira Alencar Universidade Federal do Paraná
  • Christianne do Rocio Storrer de Oliveira Universidade Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.7213/psicolargum40.109.AO07

Palavras-chave:

Transtorno do Espectro Autista, Grupo para pais, Treinamento para pais

Resumo

Ser pai e mãe de uma criança com Transtorno do Espectro Autista engloba desafios particulares que provocam diferentes emoções nos pais e exigem a constante reorganização familiar. Para contribuir com esse contexto foi elaborada a adaptação do Programa de Qualidade na Interação Familiar (Weber et al., 2018) para famílias com filhos com autismo. O objetivo deste estudo foi investigar a validade social da adaptação do Programa de Qualidade na Interação Familiar, por meio da aplicação de um questionário de validade social após a realização do programa com um grupo com 10 mães de crianças com autismo. O PQIF é um programa validado para pais com crianças até 12 anos, e os resultados indicam que algumas inclusões de vivências específicas para pais de crianças com autismo foram importantes. As participantes sinalizaram que participar de atividades vivenciais que promovem autoconhecimento de aprendizagem de manejos de vida familiar foi significativo para a mudança pessoal. A possibilidade de compartilhar opiniões sem julgamento, mas sim com acolhimento, foi elencada como uma importante característica para a adesão e envolvimento com as propostas do Programa. Além disso, elas pontuaram a importância de ter um tempo individual para si, diante da sobrecarga de funções e tarefas cotidianas, ressaltando a necessidade de autocuidado. Houve, inclusive, sugestão das participantes para o aumento de número de encontros e/ou maior tempo de duração dos encontros. Evidenciando a importância do cuidado com a saúde mental das mães para então possibilitar o desenvolvimento saudável da relação parental e o uso de práticas educativas adequadas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Caroline Bonato da Cruz, Universidade Federal do Paraná

Psicóloga. Mestre em Educação pela UFPR. Pesquisadora pela Linha de Pesquisa “Processos Psicológicos em Contextos Educacionais” do PPGE da UFPR. Curitiba, Paraná, Brasil.

Maria de Fátima Joaquim Minetto, Universidade Federal do Paraná

Psicóloga. Mestre em Educação pela UFPR. Doutora e Pós-Doutora em Psicologia pela UFSC. Professora do Departamento de Teoria e Fundamentos da Educação na Universidade Federal do Paraná. Curitiba, Paraná, Brasil.

Lidia Natalia Dobrianskyj Weber, Universidade Federal do Paraná

Psicóloga. Mestre e Doutora em Psicologia Experimental pela USP. Pós-Doutora em Processos do Desenvolvimento Humano e Saúde pela UNB. Professora sênior do Mestrado e Doutorado de Educação da Universidade Federal do Paraná.

Maria Solineide Oliveira Alencar, Universidade Federal do Paraná

Psicóloga. Mestranda em Educação pela UFPR, na Linha de Pesquisa “Processos Psicológicos em Contextos Educacionais”. Curitiba, Paraná. Brasil.

Christianne do Rocio Storrer de Oliveira, Universidade Federal do Paraná

Psicóloga. Mestranda em Educação pela UFPR, na Linha de Pesquisa “Processos Psicológicos em Contextos Educacionais”. Especialista em Psicologia Escolar/Educacional. Curitiba, Paraná, Brasil

Referências

Andrade, A. A., Ohono, P. M., Magalhães, C. G. & Barreto, I. S. (2016). Treinamento de pais e autismo: uma revisão de literatura. Ciência & Cognição, 21(1), 7-22. Recuperado de http://www.cienciasecognicao.org/revista/index.php/cec/article/view/1038/pdf_67

Borges, L. (2005). Relação família e escola para profissionais pré-escolares de alunos público-alvo da educação especial (Dissertação de mestrado não publicada). Universidade Federal de São Carlos, São Carlos.

Bosa, C. A. (2006). Autismo: intervenções psicoeducacionais. Rev. Bras. Psiquiatr., 28(Supl I), S47-S53. doi: 10.1590/S1516-44462006000500007

Brito, A. C. & Brito, A. (2018) O direto de ser estranho. São Paulo: Edição do Autor.

Buscaglia, L. (2006). Os deficientes e seus pais. Rio de Janeiro: Editora Record.

Cappellaro-Kobren, R., Correa, W. & Minetto, M. F. (2017). Um olhar para a criança com deficiência sob a perspectiva da complexidade. In: E. Guérios, F. H. R. Piske, A. M. Soek, & E. J. Silva (Orgs.), Complexidade e educação: diálogos epistemológicos transformadores (cap. 10). Curitiba: CRV.

Carter, B. & McGoldrick, M. (1995). As mudanças no ciclo de vida familiar. Porto Alegre: Artmed.

Cruz, A. C. B., Minetto, M. F. & Weber, L. N. D. (2019). Adaptação do “Programa de Qualidade na Interação Familiar” para famílias com filhos com Transtorno do Espectro Autista. Internacional Journal of Devolopmental and Educational Psychology, 2(1), 399-408. doi: https://doi.org/10.17060/ijodaep.2019.n1.v2.1473

Corrêa, M. B. & Queiroz, S. S. de (2017). A família é o melhor recurso da criança: análise das trocas sociais entre mães de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo. Ciência e Cognição, 22(1), 41-62. Recuperado de: http://www.cienciasecognicao.org/revista/index.php/cec/article/view/1382

Correa, W., Minetto, M. de F. & Crepaldi, M. A. (2018). Família como promotora do desenvolvimento de crianças que apresentam atrasos. Pensando Famílias, 22(1), 44-58. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2018000100005

Fiamengui Júnior., G. A. & Messa, A. A. (2007). Pais, filhos e deficiência: estudos sobre as relações familiares. Psicologia Ciência e Profissão, 27(2), 236-245. doi: 10.1590/S1414-98932007000200006

Foster, S. L. & Mash, E. J. (1999). Assessing social validity in clinical treatment research issues and procedures. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 67(3), 308-319. doi: 10.1037/0022-006X.67.3.308

Francisco, V. T. & Butterfoss, F. D. (2007). Social validation of goals procedures, and effects in public health. Health promotion practice, 8(2), 128-133. doi: 10.1177/1524839906238495

Franco, V. (2015). Introdução à intervenção precoce no desenvolvimento da criança: Com a família, na comunidade, em equipe. Portugal: Edições Aloendro.

Freitas, A.C. (2016). Aplicação de um programa comportamental de orientação de pais em hospital universitário. Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo.

Gomes, P. T. M., Lima, L. H. L., Bueno, M. K. G., Araújo, L. A. & Souza, N. M. (2017). Autism in Brazil: a systematic review of Family challenges and coping strategies. Jornal de Pediatria, 91(2), 111-121. doi: 10.1016/j.jped.2014.08.009

Lessa, T. C. R. (2017). Atividade curricular em habilidades sociais para professores de alunos do público alvo da educação especial (Dissertação de mestrado não publicada). Universidade Federal de São Carlos, São Carlos.

Machado, M. S., Londero, A. D. & Pereira, C. R. R. (2018). Tornar-se família de uma criança com Transtorno do Espectro Autista. Contextos Clínicos, 11(3), 335-350. doi:10.4013/ctc.2018.113.05

Mapelli, L.D., Barbieri, M. C., Castro. G.V.D.Z.B., Benelli. M. A., Wernet, M. & Dupas, G. (2018) Criança com transtorno do espectro autista: cuidado na perspectiva familiar. Escola Anna Nery, 22 (4), e20180116. doi: 10.1590/2177-9465-EAN-2018-0116

Minetto, M. De F. & Löhr, S. S. (2016). Crenças e práticas educativas de mães de crianças com desenvolvimento atípico. Educar em Revista, 59, 49-64. doi: http://dx.doi.org/10.1590/0104-4060.44791

Minuchin, S. & Fischman, S. M. (1990). Técnicas de terapia familiar. Porto Alegre: Artes Médicas.

Nazar, T. C. G. & Weber, L. N. D. (2018). Qualidade na interação escolar: é possível melhorar o clima na sala de aula? International Journal of Developmental and Educational Psychology, 2(1), 177 - 186. DOI: https://doi.org/10.17060/ijodaep.2018.n1.v2.1207

Pardo, M. L. P. & Carvalho, M. M. S. B. (2012). Grupos de orientação de pais: estratégias para intervenção. Contextos Clínicos, 5(2), 80-87. doi: 10.4013/ctc.2012.52.02

Toni, C.G. & Pazzetto, T. (2018). Grupo de orientação de pais em clínica-escola. Pluraridades em Saúde Mental, 7(2), 69-86. Recuperado de: https://revistapsicofae.fae.edu/psico/article/view/183

Sampieri, H. E., Collado, F. C. & Lucio. B. P. M. (2013). Metodologia de pesquisa. Porto Alegre: Penso.

Semensato, M. R., Schmidt, C. & Bosa, C. A. (2010). Grupo de familiares de pessoas com autismo: relatos de experiências parentais. Aletheia, 32, 183-194. DOI 10.29327/226091

Sifuentes, M. & Bosa, C. A. (2010). Criando pré-escolares com autismo: características e desafios da coparentalidade. Psicologia em Estudo, 15(3), 477-485. Recuperado de: https://www.researchgate.net/publication/262702739_Raising_autistic_preschoolers_Characteristics_and_challenges_of_coparenting/fulltext/03a7f1f50cf2ead7539c536b/Raising-autistic-preschoolers-Characteristics-and-challenges-of-coparenting.pdf

Weber, L. N. D., Salvador, A. P. V. & Brandenburg, O. J. (2006). Qualidade de interação familiar: instrumentos de medida e programas de prevenção In: Estudos sobre habilidades sociais e relacionamento interpessoal. São Paulo: Casa do Psicólogo, v.1, p. 125-142.

Weber, L. N. D., Salvador, A. P. V. & Brandenburg, O. J. (2006). Programa de qualidade na interação familiar: orientação e treinamento para pais. Psico (PUCRS). v.37, p.139-150. Recuperado de: https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistapsico/article/view/1428

Weber, L. N. D., Salvador, A. P. V. & Brandenburg, O. J. (2018). Programa de Qualidade na Interação Familiar: Manual para aplicadores (3a.ed.). Curitiba: Juruá.

Downloads

Publicado

2022-05-18

Como Citar

Bonato da Cruz, A. C., Minetto, M. de F. J., Weber, L. N. D., Alencar, M. S. O., & de Oliveira, C. do R. S. (2022). Programa de qualidade na interação familiar e TEA: validade social. Psicologia Argumento, 40(109). https://doi.org/10.7213/psicolargum40.109.AO07