Interlocuções entre os discursos médico e psicanalítico: por uma leitura sobre a desmedicalização
DOI:
https://doi.org/10.7213/psicolargum.38.99.AO07Palavras-chave:
medicalização, sofrimento, sintoma, diagnóstico, psicanáliseResumo
A tensão existente entre a medicina e a psicanálise mobiliza profícuas discussões. A psicanálise se destaca por ser uma área do conhecimento que oferece dispositivos significativos para fazer frente à medicalização desenfreada, possibilitando a escuta de novas formas de subjetividade na cena contemporânea. O presente estudo propõe uma reflexão acerca dos discursos médico e psicanalítico no que se refere ao processo de medicalização. As noções de sintoma, diagnóstico e sofrimento se configuram como dispositivos balizadores desta discussão. O sintoma psicanalítico enquanto portador de sentido e significação carrega consigo a verdade do sujeito. Diferentemente da medicina onde se tenta abolir o sintoma, a psicanálise compreende o sintoma como um significante que aponta para a estrutura de linguagem inconsciente. Em função disso, faz-se necessário um constante aprofundamento da dialética entre os saberes médico e psicanalítico com o intuito de se construir uma ética do cuidado que ultrapasse a perspectiva biologizante/medicalizante.
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