Mobilização subjetiva e estratégias defensivas de trabalhadores metalúrgicos à luz da Psicodinâmica do Trabalho
DOI:
https://doi.org/10.7213/psicolargum.35.88.AO01Palavras-chave:
Saúde do Trabalhador, Psicodinâmica do Trabalho, Metalúrgica, Saúde e Segurança no TrabalhoResumo
O trabalho metalúrgico é antigo na história e de suma importância para a evolução tecnológica. Mesmo com a melhora das condições de trabalho, continua sendo marcado por riscos à saúde física e mental. Este estudo objetivou analisar a mobilização subjetiva e as estratégias defensivas de trabalhadores diante do sofrimento psíquico no trabalho metalúrgico de uma indústria no sul do Brasil, segundo a Psicodinâmica do Trabalho. A metodologia empregada possui delineamento qualitativo exploratório-descritivo e a coleta foi realizada através de grupo focal. Participaram sete trabalhadores da indústria. Para a análise dos dados, utilizou-se a análise de conteúdo de Bardin. Os conteúdos expressos nas falas dos trabalhadores indicam que na organização do trabalho desta indústria existe um conjunto de regras e sistemas que a diferenciam da maioria de indústrias do setor – um exemplo é a utilização de uma hierarquia não convencional – chamada “chefe zero”. Tais particularidades têm garantido experiências bem peculiares no que concerne às vivências de prazer e sofrimento laboral. Destacamos a mobilização do grupo, os modos como articulam suas responsabilidades laborais e a forma que apoiam a formação de mecanismos de proteção para os eventos da organização. O grupo descreve que é muito comum a articulação dos colegas para o cumprimento de metas na organização e também para o processo de adaptação dentro da organização. Tais elementos possibilitam levantar hipóteses de que modelos de gestão pautados no toyotismo podem representar novas formas de sofrimento, mas também, gerar alternativas benéficas à promoção de saúde laboral.
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