Trajetória anticapitalista no jovem Lukács: romantismo, religião e crítica da modernidade

Autores

  • Fábio Py Universidade Cândido Mendes (UCAM), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.7213/2175-1838.09.001.AO03

Resumo

Este trabalho apresenta, de maneira sintética, ponderações sobre os primeiros livros de Georg Lukács, pouco antes de sua adesão ao marxismo ortodoxo. A partir deles, visa-se reconhecer o esboço da trajetória anticapitalista na primeira etapa da vida do filósofo – chamada por Nicolas Tertulian de “a juventude de Lukács”. Portanto, busca-se demostrar, no âmbito de sua juventude, suas descontinuidades à vida moderna por meio de pontos do romantismo e da religião. Assim, serão enfatizadas, nos anos de sua juventude, a partir dos livros publicados ainda na década de 1910, intituladas como “História da evolução do drama moderno”, “A alma e as formas” e “A teoria do romance”, o traço do imagético religioso embebecido pelo romantismo nutrido pelo círculo dos intelectuais que se reuniam aos domingos na casa de Max Weber, em Heidelberg – o Círculo de Weber. Enfim, pretende-se com este artigo acentuar que, no centro da Europa, no início do século passado, construiu-se um novo leque de produção romântica crítica ao status quo religiosa, possibilitadora da renovação dos ares da produção intelectual europeia do início do século XX.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANDERSON, P. Considerações sobre o marxismo ocidental. São Paulo: Boitempo Editorial, 2008.

ARATO, A.; BREINES, P. El jóven Lukács e los orígenes del marxismo occidental. México: Fondo de Cultura Economico, 1986.

BENJAMIN, W. O capitalismo como religião. São Paulo: Bointempo Editorial, 2013.

CARLI, R. Dois lados da mesma moeda: a dissolução da economia clássica e o nascimento da sociologia. In: Emancitação, Ponta Grossa, UEPG, 2009. p. 3-11.

CONGDON, L. The Young Lukács. North Carolina: The University of North Carolina Press, 1983.

EAGLETON, T. Marxismo e crítica literária. São Paulo: Unesp, 2011.

GOLDMANN, L. Le Dieu Caché: étudé sur la vision tragique dans les “Pensés”. Paris: Gallimand, 2008.

GOLDMANN, L. Recherches dialectiques. Paris: Gallimard, 1959.

HOBSBAWN, E. A era do capital. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

KARÁDI, É. Ernst Bloch and Georg Lukács in Max Weber’s Heidelberg. In: MOMMSEN, W.; OSTERHAMMEL, J. (Eds.). Max Weber and his contemporaries. London: Unwin Hyman, 1983. p. 499-514.

KONDER, L. Estética e política cultural. In: ANTUNES, R.; REGO, W. (orgs.). Lukács: um galileu no século XX. São Paulo: Boitempo Editorial, 1996. p. 27-35.

KONDER, L. Lukács e a arquitetura. In: Módulo, n. 45, 1978.

LOSURDO, D. Como nasceu e morreu o marxismo ocidental. Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 16, n. 30, p. 213-242, 2011.

LÖWY, M. Para uma Sociologia dos Intelectuais Revolucionários. São Paulo: Ciências Humanas, 1979.

LÖWY, M. La Cage d’Acier: Max Weber et Le marxisme wébérien. Paris: Stock, 2013.

LÖWY, M. Judeus heterodoxos: messianismo, romantismo e utopia. São Paulo: Perspectiva, 2012a.

LÖWY, M. Romantismo e messianismo. São Paulo: Perspectiva, 2012b.

LÖWY, M. Revolta e melancolia. São Paulo: Boitempo Editorial, 2015.

LUKÁCS, G. A teoria do romance. São Paulo: Editora 34, 2009.

LUKÁCS, G. Aportaciones a la historia de la estética. México: Grijalbo, 1966.

LUKÁCS, G. Dostojewski: Notizen und Entwürfe. Budapest: Akadémiai Kiadó, 1985.

LUKÁCS, G. Heidelberger Philosophie der Kunst (1912-1914). Darmstadt: Luchterhand, 1974.

LUKÁCS, G. História e consciência de classe. Estudos da dialética marxista. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

LUKÁCS, G. L’âme et les formes. Paris: Gallimard, 1974.

LUKÁCS, G. Selected Correspondence 1902-1920. Nova York: Columbia University Press, 1986.

LUKÁCS, G. Pensamento vivido: autobiografia em diálogo. Viçosa: Editora UFV, 1999.

MACEDO, J. M. M. de. Posfácio do tradutor. In: LUKÁCS, G. A teoria do romance. São Paulo: Editora Duas Cidades/Editoria 34, 2009. p. 143-181.

MERLEAU-PONTY, M. As aventuras da Dialética. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

SILVA, A. A. O lirismo em Gyorgy Lukács. In: Kriterion, Belo Horizonte, v. 50, n. 119, p. 56-83, 2009.

PY, F. Lauro Bretones: um protestante heterodoxo no Brasil de 1948 à 1956. 2015.

p. Tese (Doutorado em Teologia) − Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015.

TEIXEIRA, M. O. N. Considerações Bibliográfico sobre um dialogo vivo: Georg Lukács e Max Weber em Heidelberg do início do século XX. In: Ideias, Campinas, n. 1, 2º semestre, 2010. p. 3-23.

TERTULIAN, N. Georges Lukács. Testament politique. Cité, n. 39, Paris, p. 34-39, 2009.

TERTULIAN, N. L'évolution de la pensée de Georg Lukács. In: L'Homme et la Societé, Paris: Editions Anthropos, n. 20, avril-mai-juin/1971.

TERTULIAN, N. Georg Lukács: etapas de seu pensamento estético. São Paulo: Editora Unesp, 2008.

VAISMANN, E. O jovem Lukács: trágico, utópico e romântico? In: Kriterion: Revista de Filosofia, Belo Horizonte, v. 46, n.112, 2005. p. 67-94.

WEBER, M. Biografia de Max Weber. México: Fondo de Cultura Económica, 1995.

Downloads

Publicado

2017-04-27

Como Citar

Py, F. (2017). Trajetória anticapitalista no jovem Lukács: romantismo, religião e crítica da modernidade. Revista Pistis & Praxis, 9(1), 309–328. https://doi.org/10.7213/2175-1838.09.001.AO03