Trajetória anticapitalista no jovem Lukács: romantismo, religião e crítica da modernidade
DOI:
https://doi.org/10.7213/2175-1838.09.001.AO03Resumo
Este trabalho apresenta, de maneira sintética, ponderações sobre os primeiros livros de Georg Lukács, pouco antes de sua adesão ao marxismo ortodoxo. A partir deles, visa-se reconhecer o esboço da trajetória anticapitalista na primeira etapa da vida do filósofo – chamada por Nicolas Tertulian de “a juventude de Lukács”. Portanto, busca-se demostrar, no âmbito de sua juventude, suas descontinuidades à vida moderna por meio de pontos do romantismo e da religião. Assim, serão enfatizadas, nos anos de sua juventude, a partir dos livros publicados ainda na década de 1910, intituladas como “História da evolução do drama moderno”, “A alma e as formas” e “A teoria do romance”, o traço do imagético religioso embebecido pelo romantismo nutrido pelo círculo dos intelectuais que se reuniam aos domingos na casa de Max Weber, em Heidelberg – o Círculo de Weber. Enfim, pretende-se com este artigo acentuar que, no centro da Europa, no início do século passado, construiu-se um novo leque de produção romântica crítica ao status quo religiosa, possibilitadora da renovação dos ares da produção intelectual europeia do início do século XX.
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