WHYTE, William Foote. Sociedade de esquina = Street corner society: a estrutura social de uma área urbana pobre e degradada. Tradução de Maria Lucia de Oliveira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. 390 p.
DOI:
https://doi.org/10.7213/rec.v8i17.14594Resumen
Street corner society, considerada uma obra de referência nos estudos das ciências sociais, é o resultado de quatro anos de pesquisa (1936-40) realizados no distrito North End em Boston – “Cornerville” – pelo então jovem economista William F. Whyte. Contando com o apoio de uma bolsa da Universidade de Harvard, Whyte adentra-se na vida e espírito do bairro – mora no seio de uma família de imigrantes italianos – acabando por tornar-se o rapaz que escreve um livro sobre Cornerville que, apesar da sua condição de “rapaz formado”, conseguiu transitar pelos diversos níveis da estrutura social do bairro. O livro constitui um relato e análise detalhada de uma experiência de pesquisa de observação participante, onde Whyte se propõe permanentemente evitar se tornar um “observador não participante” ou um “participante que não observa”. Analisa os principais grupos se concentrando, em cada um, na história pessoal de um dos seus integrantes: a gangue da esquina dos rapazes não formados (Doc) e o clube dos formados (Chick), as organizações mafiosa e policial (Cataldo), a organização política (Ravello), todos conformadores das especificidades da estrutura social de Cornerville. Para isso, vai observar e problematizar uma hierarquia de relações pessoais que se baseia num sistema de obrigações recíprocas. Segundo Whyte, esses seriam os elementos fundamentais com os quais estariam construídas todas as instituições do bairro. Se bem que Corneville já era visto pelos de fora de forma completamente estigmatizada – bairro de migrantes italianos, perigoso, pobre, desorganizado – o autor descobre que se trata de um grupo social que se encontra num estado de fluxo organizado e que o problema real do local é o fracasso para se interconectar com a estrutura da sociedade à sua volta. Para Whyte, o caminho para a compreensão do modo de vida de Cornerville não se encontrava por meio da observação em geral da vida cotidiana. Precisava-se de um acompanhamento de histórias de indivíduos particulares e suas ações para assim chegar a compreender o bairro como um todo. Buscando definir quais seriam aqueles que se tornariam objeto de sua observação e acompanhamento sistemático, Whyte foi aos poucos descobrindo nas lógicas de interação as relações hierárquicas que definem as principais marcas que socialmente significam algo e que, portanto, conformam esse fluxo organizado que é Cornerville. Nesse sentido, seu primeiro contato pessoal foi com Doc (capítulo I), jovem líder da gangue da esquina (os Norton), quem se tornou uma peça essencial no seu processo de integração à comunidade local e no desenvolvimento de um olhar discreto e aguçado. Whyte descobre que as estruturas das gangues são resultado das relações habituais e rotineiras existentes durante anos entre seus integrantes, fato que explica que mudanças de rapazes para fora do distrito não decorrem em seu afastamento da esquina – sua turma. Isso dá uma estabilidade muito grande ao grupo que viria a compensar a falta de segurança social dos seus membros, traduzindo-se numa alta taxa de interação social dentro do grupo que gera esse sistema implícito de obrigações mútuas: o rapaz da esquina ajuda sempre que pode seus amigos e se abstém de fazer qualquer coisa que possa prejudicá-lo, vai usar seu dinheiro com aqueles da turma que estão ‘duros’.Descargas
Los datos de descargas todavía no están disponibles.
Descargas
Publicado
2007-07-07
Cómo citar
Dutra da Silveira, D. (2007). WHYTE, William Foote. Sociedade de esquina = Street corner society: a estrutura social de uma área urbana pobre e degradada. Tradução de Maria Lucia de Oliveira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. 390 p. Revista De Estudos Da Comunicação, 8(17). https://doi.org/10.7213/rec.v8i17.14594
Número
Sección
Resenha
Licencia
O autor transfere, por meio de cessão, à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 76.659.820/0009-09, estabelecida na Rua Imaculada Conceição, n.º 1155, Prado Velho, CEP 80.215-901, na cidade de Curitiba/PR, os direitos abaixo especificados e se compromete a cumprir o que segue:
- Os autores afirmam que a obra/material é de sua autoria e assumem integral responsabilidade diante de terceiros, quer de natureza moral ou patrimonial, em razão de seu conteúdo, declarando, desde já, que a obra/material a ser entregue é original e não infringe quaisquer direitos de propriedade intelectual de terceiros.
- Os autores concordam em ceder de forma plena, total e definitiva os direitos patrimoniais da obra/material à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, a título gratuito e em caráter de exclusividade.
- A CESSIONÁRIA empregará a obra/material da forma como melhor lhe convier, de forma impressa e/ou on line, inclusive no site do periódico da EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, podendo utilizar, fruir e dispor do mesmo, no todo ou em parte, para:
- Autorizar sua utilização por terceiros, como parte integrante de outras obras.
- Editar, gravar e imprimir, quantas vezes forem necessárias.
- Reproduzir em quantidades que julgar necessária, de forma tangível e intangível.
- Adaptar, modificar, condensar, resumir, reduzir, compilar, ampliar, alterar, mixar com outros conteúdos, incluir imagens, gráficos, objetos digitais, infográficos e hyperlinks, ilustrar, diagramar, fracionar, atualizar e realizar quaisquer outras transformações, sendo necessária a participação ou autorização expressa dos autores.
- Traduzir para qualquer idioma.
- Incluir em fonograma ou produção audiovisual.
- Distribuir.
- Distribuir mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permite ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda e nos casos em que o acesso às obras ou produções se faça por qualquer sistema que importe em pagamento pelo usuário.
- Incluir e armazenar em banco de dados, físico, digital ou virtual, inclusive nuvem.
- Comunicar direta e/ou indiretamente ao público.
- Incluir em base de dados, arquivar em formato impresso, armazenar em computador, inclusive em sistema de nuvem, microfilmar e as demais formas de arquivamento do gênero;
- Comercializar, divulgar, veicular, publicar etc.
- Quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a ser inventadas.
- Os autores concordam em conceder a cessão dos direitos da primeira publicação (ineditismo) à revista, licenciada sob a CREATIVE COMMONS ATTRIBUTION LICENSE, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria.
- Os autores autorizam a reprodução e a citação de seu trabalho em repositórios institucionais, página pessoal, trabalhos científicos, dentre outros, desde que a fonte seja citada.
- A presente cessão é válida para todo o território nacional e para o exterior.
- Este termo entra em vigor na data de sua assinatura e é firmado pelas partes em caráter irrevogável e irretratável, obrigando definitivamente as partes e seus sucessores a qualquer título.
- O não aceite do artigo, pela EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, tornará automaticamente sem efeito a presente declaração.