Acidente por picada de abelha africanizada em dois equinos
DOI:
https://doi.org/10.7213/2596-2868.2020.18504Palavras-chave:
Cavalo. Intoxicação histamínica. Apitoxina.Resumo
O presente trabalho tem como objetivo descrever as alterações clínicas, anatomopatológicas e tratamento de dois equinos que sofreram múltiplas ferroadas de abelhas africanizadas. Duas éguas, uma Quarto de Milha (pelagem Baio Amarilho) e outra mestiça (pelagem Tobiano), ambas pesando aproximadamente 400 kg, sofreram um ataque por abelhas na área rural da cidade de Campo Mourão, Paraná, sul do Brasil. Os animais apresentavam múltiplos ferrões distribuídos pelo corpo, ambos tiveram edema de face, salivação, dispneia, incoordenação motora, nistagmo (égua tobiano) e mudanças no nível de consciência. No tratamento inicial foi realizada fluidoterapia com solução de ringer lactato e administrado prometazina, dexametazona e dimetilsulfóxido. As éguas responderam ao tratamento inicial revertendo o quadro neurológico cinco horas após o início do tratamento, porém a égua mais ferroada veio a óbito em 12 horas. Na necropsia, o fígado ao corte apresentava coloração amarelo dourada e o rim estava acentuadamente vermelho escuro com pontos enegrecidos no córtex renal. A laringe apresentava edema difuso acentuado de glote. O encéfalo apresentava avermelhamento difuso acentuado com achatamento dorso ventral das circunvoluções. No exame histopatológico, as lesões mais marcantes foram nos rins. O diagnóstico de crise hemolítica de origem tóxica e de intoxicação histamínica de ambos os animais foi baseado nos ferrões encontrados na pele dos animais, associados aos sinais clínicos e achados post mortem no equino que veio a óbito.