Expressão do comportamento de proteção materna em bovinos: uma revisão
DOI:
https://doi.org/10.7213/1981-4178.2018.161106Palavras-chave:
Agressividade. Bovinos de corte. Habilidade materna. Reatividade. Temperamento.Resumo
Na cadeia produtiva de bovinos de corte é reconhecida a importância do comportamento materno para a sobrevivência e o desenvolvimento do bezerro recém-nascido. Neste caso, o sucesso da atividade depende de alguns componentes do comportamento materno, dentre eles as relações estabelecidas entre a vaca e o bezerro nas primeiras horas após o parto, a aquisição de imunidade pela ingestão do colostro, o suprimento adequado de leite e a proteção ativa da cria contra eventuais predadores. Este último é conhecido como comportamento de proteção materna, que é caracterizado como a reação das vacas frente à presença de potenciais predadores, incluindo humanos. Após o parto, as vacas podem expressar diferentes comportamentos, desde rejeição do bezerro, que representaria uma falha na formação do vínculo natural entre mãe e filho, até comportamentos de proteção materna muito intensos. Alguns procedimentos de manejo importantes para os bezerros são realizados no primeiro dia após o parto, tais como verificar se houve ingestão do colostro, desinfecção do umbigo, identificação dos bezerros, dentre outros. Se durante esse manejo os vaqueiros são percebidos como potenciais ameaças, uma vaca muito protetora pode expressar comportamentos agressivos em relação a eles na tentativa de proteger sua cria, aumentando o risco de acidentes com ambos, vaqueiro e bezerro. Assim, embora o comportamento de proteção materna seja uma característica desejável, é possível que se torne um risco para a segurança dos trabalhadores. Nesta revisão será abordada a questão do comportamento de proteção materna em bovinos de corte, sua relação com a reatividade ao manejo, e potenciais implicações no desempenho dos bezerros à luz dos resultados das pesquisas realizadas até o momento.