Espiritualidade e juventude: entre a busca por sentido e os sintomas contemporâneos

Abstract

Este artigo aborda o mal-estar contemporâneo decorrente da centralidade do corpo e da busca incessante pela otimização da performance, que gera estresse e pânico social. O objetivo da reflexão é analisar como essa pressão resulta em uma espacialização dominante da experiência subjetiva e em respostas como a hiperatividade, explosividade e impulsividade. A hipótese levantada é que a falta de simbolização adequada e a especialização somática do corpo limitam a subjetividade, eliminando horizontes de expansão. A metodologia utilizada combina análise psicanalítica e teológica, com foco na espiritualidade contemporânea e seus desafios, como o narcisismo e a teologia da prosperidade. A conclusão aponta que o narcisismo impulsionado pelo consumismo e a estetização da existência enfraquecem os laços sociais, resultando em uma sociedade marcada pela pós-verdade, onde a emoção supera a razão, criando uma crise de autenticidade nas relações e nos rituais simbólicos.