O tabu da morte na modernidade: a COVID-19 como um reforço ao interdito
DOI:
https://doi.org/10.7213/cd.a8n13p165-176Parole chiave:
COVID-19. Modernidade. Morte. Tabu.Abstract
O objetivo deste trabalho é refletir de que forma a pandemia da COVID-19, principalmente no aspecto do tratamento dado à doença por autoridades públicas, pode reforçar a perspectiva moderna de conceber a morte como um tema tabu. Para tanto, faz-se importante tomar Ariès (2017) como referencial teórico e apresentar as diferentes atitudes diante da morte propostas por esse autor: morte domada, morte de si mesmo, morte do outro, morte interdita e morte invertida. Ao retomar tais perspectivas, o artigo dá ênfase às duas últimas, as quais são importantes para contextualizar a morte como tabu em um contexto de modernidade. Em seguida, o texto pretende discutir em que medida uma leitura negacionista da pandemia da COVID-19, presente em discursos governamentais, contribui para um processo de reforço à dimensão da morte como interdito, com ênfase à banalização da morte e ao silenciamento do luto na sociedade.
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