Os intelectuais católicos nos primórdios do século XX no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.7213/cd.a8.n12.p141-155Palabras clave:
Educação religiosa, Igreja Católica, Antonio Gramsci, Alceu Amoroso Lima, Jackson de Figueiredo.Resumen
Sem a intenção de desmerecer a participação de intelectuais não religiosos no processo de renovação da educação brasileira, este artigo dedica-se ao esforço de pensadores e líderes católicos, em especial de Jackson de Figueiredo e de Alceu Amoroso Lima, no sentido de inserir a doutrina católica nos espaços de poder, nomeadamente a educação, e de recuperar o espaço na vida política, perdido em 1891 após a separação entre religião e Estado determinada pela consituição daquele ano. Em embate direto com os escolanovistas, que pregavam a educação universal, pública, gratuita e laica, os intelectuais católicos demonstraram capacidade de articulação e de ação política coordenada, o que levou a que obtivessem importantes conquistas durante a década de 1930, especialmente na área educacional. A ação desses intelectuais, e seu embate com outros setores da sociedade, tornou evidente a existência de uma disputa pela hegemonia, disputa que provocou fissuras e rompimentos entre as esferas públicas com poderes para decidir sobre os rumos do país. As análises aqui apresentadas suportam-se nos escritos do filósofo italiano Antonio Gramsci.
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