O tabu da morte na modernidade: a COVID-19 como um reforço ao interdito
DOI:
https://doi.org/10.7213/cd.a8n13p165-176Palavras-chave:
COVID-19. Modernidade. Morte. Tabu.Resumo
O objetivo deste trabalho é refletir de que forma a pandemia da COVID-19, principalmente no aspecto do tratamento dado à doença por autoridades públicas, pode reforçar a perspectiva moderna de conceber a morte como um tema tabu. Para tanto, faz-se importante tomar Ariès (2017) como referencial teórico e apresentar as diferentes atitudes diante da morte propostas por esse autor: morte domada, morte de si mesmo, morte do outro, morte interdita e morte invertida. Ao retomar tais perspectivas, o artigo dá ênfase às duas últimas, as quais são importantes para contextualizar a morte como tabu em um contexto de modernidade. Em seguida, o texto pretende discutir em que medida uma leitura negacionista da pandemia da COVID-19, presente em discursos governamentais, contribui para um processo de reforço à dimensão da morte como interdito, com ênfase à banalização da morte e ao silenciamento do luto na sociedade.
Downloads
Referências
ARIÈS, Philippe. História da morte no ocidente: da Idade Média aos nossos tempos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017.
ARIÈS, Philippe. O homem diante da morte. Rio de Janeiro: F. Alvez, 1982. v. 2.
AUGRAS, Monique. O que é tabu. São Paulo: Brasiliense, 1989.
BAEZ, Silvio J. Quando tudo se cala: o silêncio na Bíblia. São Paulo: Paulinas, 2011.
BBC NEWS BRASIL. ‘País de maricas’ e outras 15 falas controversas de Bolsonaro sobre a pandemia. BBC News Brasil, 11 nov. 2020. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-54911845>. Acesso em: 28 out. 2020.
CAPONI, Sandra. Covid-19 no Brasil: entre o negacionismo e a razão neoliberal. Estudos Avançados, São Paulo, v. 34, n. 99, p. 209-224, maio/ago. 2020. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/ea/v34n99/1806-9592-ea-34-99-209.pdf>. Acesso em: 28 out. 2020.
KOURY, Mauro G. P. Sociologia da emoção: o Brasil urbano sob a ótica do luto. Petrópolis: Vozes, 2003.
MATTEDI, Marcos A.; PEREIRA, Ana P. Vivendo com a morte: o processamento de morrer na sociedade moderna. Caderno CRH, Salvador, v. 20, n. 50, p. 319-331, maio/ago. 2007. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/ccrh/v20n50/v20n50a09.pdf>. Acesso em: 27 jul. 2020.
MIRANDA, Evaristo E. Agora e na hora: ritos de passagem para a eternidade. São Paulo: Loyola, 1996.
MURAD, Afonso. A morte: abordagem interdisciplinar a partir da teologia e da pastoral. Pistis e Praxis, Curitiba, v. 6, n. 1, p. 255-278, jan./abr. 2014. Disponível em: <https://periodicos.pucpr.br/index.php/pistispraxis/article/view/13094/12521>. Acesso em: 28 out. 2020.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
O autor transfere, por meio de cessão, à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 76.659.820/0009-09, estabelecida na Rua Imaculada Conceição, n.º 1155, Prado Velho, CEP 80.215-901, na cidade de Curitiba/PR, os direitos abaixo especificados e se compromete a cumprir o que segue:
- Os autores afirmam que a obra/material é de sua autoria e assumem integral responsabilidade diante de terceiros, quer de natureza moral ou patrimonial, em razão de seu conteúdo, declarando, desde já, que a obra/material a ser entregue é original e não infringe quaisquer direitos de propriedade intelectual de terceiros.
- Os autores concordam em ceder de forma plena, total e definitiva os direitos patrimoniais da obra/material à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, a título gratuito e em caráter de exclusividade.
- A CESSIONÁRIA empregará a obra/material da forma como melhor lhe convier, de forma impressa e/ou on line, inclusive no site do periódico da EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, podendo utilizar, fruir e dispor do mesmo, no todo ou em parte, para:
- Autorizar sua utilização por terceiros, como parte integrante de outras obras.
- Editar, gravar e imprimir, quantas vezes forem necessárias.
- Reproduzir em quantidades que julgar necessária, de forma tangível e intangível.
- Adaptar, modificar, condensar, resumir, reduzir, compilar, ampliar, alterar, mixar com outros conteúdos, incluir imagens, gráficos, objetos digitais, infográficos e hyperlinks, ilustrar, diagramar, fracionar, atualizar e realizar quaisquer outras transformações, sendo necessária a participação ou autorização expressa dos autores.
- Traduzir para qualquer idioma.
- Incluir em fonograma ou produção audiovisual.
- Distribuir.
- Distribuir mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permite ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda e nos casos em que o acesso às obras ou produções se faça por qualquer sistema que importe em pagamento pelo usuário.
- Incluir e armazenar em banco de dados, físico, digital ou virtual, inclusive nuvem.
- Comunicar direta e/ou indiretamente ao público.
- Incluir em base de dados, arquivar em formato impresso, armazenar em computador, inclusive em sistema de nuvem, microfilmar e as demais formas de arquivamento do gênero;
- Comercializar, divulgar, veicular, publicar etc.
- Quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a ser inventadas.
- Os autores concordam em conceder a cessão dos direitos da primeira publicação (ineditismo) à revista, licenciada sob a CREATIVE COMMONS ATTRIBUTION LICENSE, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria.
- Os autores autorizam a reprodução e a citação de seu trabalho em repositórios institucionais, página pessoal, trabalhos científicos, dentre outros, desde que a fonte seja citada.
- A presente cessão é válida para todo o território nacional e para o exterior.
- Este termo entra em vigor na data de sua assinatura e é firmado pelas partes em caráter irrevogável e irretratável, obrigando definitivamente as partes e seus sucessores a qualquer título.
- O não aceite do artigo, pela EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, tornará automaticamente sem efeito a presente declaração.