Saúde mental e estratégias de coping: estudos de casos múltiplos com universitários cotistas
DOI:
https://doi.org/10.7213/psicolargum39.105.AO04Palavras-chave:
saúde mental, adaptação psicológica, ação afirmativa, educação superior.Resumo
A literatura científica tem investigado de forma consistente os múltiplos desafios intrínsecos à experiência universitária ao longo das últimas décadas. Contudo, possíveis especificidades enfrentadas por grupos historicamente excluídos desse nível de ensino, que tem a possibilidade de ingresso nas universidades pelas políticas de ações afirmativas, ainda carecem de uma maior apreciação. Este estudo objetivou compreender como universitários cotistas de uma universidade federal do sul do Brasil percebem a sua saúde mental após o ingresso no Ensino Superior. Complementarmente, buscou-se identificar quais as variáveis são percebidas como fatores de risco à sua saúde psicológica, e quais as estratégias de enfrentamento, ou coping, são utilizados diante dos desafios no cotidiano acadêmico. Realizou-se entrevistas semiestruturadas com 10 cotistas e posteriormente recorreu-se a análise de conteúdo temática de base bardiniana. Identificou-se os seguintes fatores de risco: autocobrança, dificuldades financeiras, elevada cobrança curricular, base escolar anterior frágil, despreparo do corpo docente na interação com discentes, dificuldades na organização dos estudos/tempo, e dificuldade conciliação trabalho-estudo. Estratégias focadas no problema em conjunto com o apoio social foram citadas como predominantes. Discute-se a necessidade de desenvolvimento de ações institucionais voltadas para o desenvolvimento de competências acadêmicas transversais e de autorregulação, assim como de mentoria/tutoria.
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