Opinião dos pais sobre práticas educativas parentais

Autores

  • Raquel Salvadori Sarmento Universidade Federal de São Carlos
  • Sabrina Mazo D'Affonseca Universidade Federal de São Carlos

DOI:

https://doi.org/10.7213/psicolargum40.108.AO08

Palavras-chave:

Crenças parentais, Práticas parentais, Crianças

Resumo

As crenças parentais podem influenciar nas práticas de disciplina que os pais utilizam para educar seus filhos. O presente estudo teve como objetivo investigar a opinião de mães e pais a respeito das práticas de disciplina parentais aplicadas em crianças de 10 anos. Participaram da pesquisa 30 pais e mães que responderam um formulário online com questões de caracterização e 26 questões retiradas do Inventário de Dimensão de Disciplina sobre a opinião deles a respeito das práticas de disciplina parentais, incluindo estratégias coercitivas e indutivas. Os resultados indicaram que os participantes consideraram as práticas indutivas explicar e ensinar, monitoria, distração e recompensa geralmente, quase sempre ou sempre corretas. Além disso, eles consideraram que as práticas coercitivas punição corporal e agressão psicológica e a prática indutiva de ignorar comportamento inadequado como nunca sendo corretas para serem utilizadas com crianças de 10 anos. Os achados podem indicar uma mudança na concepção de como educar adequadamente os filhos, considerando a valorização da criança e respeitando seu desenvolvimento, sem deixar de impor limites para o filho. Entretanto, os participantes se enquadravam em uma parcela específica da população com altos níveis socioeconômicos e escolares, o que dificulta a generalização dos dados para toda a população. Estudos futuros podem focar em uma amostra maior e mais diversificada para entender melhor o fenômeno, considerando que os índices de violência contra crianças e adolescentes continuam altos no Brasil

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Raquel Salvadori Sarmento, Universidade Federal de São Carlos

Estudante de graduação em Psicologia da UFSCar

Sabrina Mazo D'Affonseca, Universidade Federal de São Carlos

Laboratório de Análise e Prevenção da Violência

Departamento de Psicologia

Programa de Pós Graduação em Psicologia

Referências

Aragão, M., & Andrade, M. N. (2017). Os castigos nas mídias sociais: reflexões sobre o grupo “Crescer sem violência”. In Simpósio Internacional de Educação e Comunicação. Aracajú: UNIT. Recuperado de https://eventos.set.edu.br/index.php/simeduc/article/view/8545/0

Baluta, M. C. (2019). O Habitus dos castigos físicos e a disciplina positiva na perspectiva de capacitadores nível-educador: construção social do direito da criança a uma educação não punitiva – período de 2003 a 2018. Tese de Doutorado. Doutorado em Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa. Recuperado de: https://tede2.uepg.br/jspui/bitstream/prefix/2904/1/Maria%20Cristina%20Baluta.pdf

Bem, L. A. de, & Wagner, A. (2006). Reflexões sobre a construção da parentalidade e o uso de estratégias educativas em famílias de baixo nível socioeconômico. Psicologia em Estudo, 11(1). doi: 10.1590/S1413-73722006000100008

Biasoli-Alves, Zélia Maria Mendes. (1997). Famílias brasileiras do século XX: os valores e as práticas de educação da criança. Temas em Psicologia, 5(3), 33-49. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X1997000300005&lng=pt&tlng=pt.

Bortolini, M., & Andretta, I. (2013). Práticas parentais coercitivas e as repercussões nos problemas de comportamento dos filhos. Psicologia e Argumento, Curitiba, 31(73), 227-235. doi:10.7213/rpa.v31i73.20175

Brasil. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. (1990) Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente. Diário Oficial da União, Brasília, 16 jul. 1990a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil/. Acesso em: 13 set. 2017.

Brasil. Lei nº 13.010, de 26 de junho de 2014. (2014). Altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), para estabelecer o direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos físicos ou de tratamento cruel ou degradante, e altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da União. Brasília, DF. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13010.htm.

Cid, M. F. B., Matsukura, T. S., & Cia, Fabiana. (2015). Relações entre saúde mental de estudantes do ensino fundamental e as práticas e estilos parentais. O Mundo da Saúde, São Paulo, 39(4), 504-513. doi: 10.15343/0104-7809.20153904504513

Gershoff, E. T., & Grogan-Kaylor, A. (2016). Spanking and Child Outcomes: Old Controversies and New Meta-Analyses. Journal of Family Psychology, 30(4),453-469. doi: 10.1037/fam0000191

Guevara, I. P., Cabrera, V. E., Gonzalez, M. R., & Devis, J. V. (2015). Empathy and Sympathy as Mediators between Parental Inductive Discipline and Prosocial Behavior in Colombian families. International journal of psychological research, 8(2), 34-48. Recuperado de http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2011-20842015000200004.

Hoffman, M. L. (1975). Moral internalization, parental power, and the nature of parent-child interaction. Developmental Psychology, 11, 228-239.

Hoffman, M. L. (1994). Discipline internalization. Developmental Psychology, 30, 26-28.

Kobarg, A. P., Sachetti, V., & Vieira, M. (2006). Valores e crenças parentais: reflexões teóricas. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, 16(2), 96-102. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbcdh/v16n2/10.pdf

Machado, J. A., & Sanches, M. A. (2014). A Gênese da Violência Infantil. Caderno teológico da PUC, Curitiba º2(1), 173-189.

Magnani, R. M., & Staudt, A. C. (2018). Estilos parentais e suicídio na adolescência: Uma reflexão acerca dos fatores de proteção. Pensando Famílias, 22(1), 75-86. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/pdf/penf/v22n1/v22n1a07.pdf

Marin, A. H., Martins, G. D. F., Freitas, A. P. C. de O., Silva, I. M., Lopes, R. de C. S., & Piccinini, C. A. (2013). Transmissão intergeracional de práticas educativas parentais: Evidências empíricas. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 29(2), 123–132. doi: 10.1590/S0102-37722013000200001

Martinelli, S. de C., & Matsuoka, E. C. A. (2018). Um estudo sobre práticas e crenças parentais e o desempenho em escrita de crianças. Educar em Revista, 34(69), 261–276. doi: 10.1590/0104-4060.54291

Pires, M. F. D. N. (2019). Pensar no outro: A influência da prática indutiva no desenvolvimento psicossocial de crianças e adolescentes. Dissertação de Doutorado, Programa de Pós Graduação em Psicologia Cognitiva, Universidade Federal de Pernambuco, Recife. Recuperado de https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34539

Power, F. C., Hart, S N. (2008). O caminho para uma disciplina infantil construtiva. In O caminho para uma disciplina infantil construtiva: eliminando castigos corporais. São Paulo: Cortez; Brasília: Unesco.

Ribas Jr, Rodolfo de Castro, Moura, Maria Lucia Seidl de, & Hutz, Claudio S. (2004). Adaptação brasileira da Escala de Desejabilidade Social de Marlowe-Crowne. Avaliação Psicológica, 3(2), 83-92. Recuperado de 2020, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-04712004000200003&lng=pt&tlng=pt.

Rios, J. B. S., Ferreira, D. F., & Batista, E. C. (2016). Práticas educativas e estilos parentais: uma revisão bibliográfica da literatura brasileira. Revista UNIABEU Belford Roxo, 9(21), 2016. Recuperado de https://pdfs.semanticscholar.org/5e46/075a92d182b418c6032588372fd361a39036.pdf

Sarmento, R. S, & D’Affonseca, S. M. (no prelo). Intergeracionalidade das práticas de disciplina parentais.

Silva, Í. de C. P. da, Cunha, K. da C., Ramos, E. M. L. S., Pontes, F. A. R., & Silva, S. S. da C. (2019). Estresse Parental em Famílias. Psicologia em Estudo, 24. doi: 10.4025/psicolestud.v24i0.40285

Souto, D. F., Zanin, L., Ambrosano, G. M. B., & Flório, F. M. (2018). Violence against children and adolescents: Profile and tendencies resulting from Law 13.010. Revista Brasileira de Enfermagem, 71(suppl 3), 1237–1246. doi:10.1590/0034-7167-2017-0048

Strauss M. A. Fauchier A. (2007). Manual for the Dimensions of Discipline lnventory (DDI). Durham, NH: Research Laboratory, University of New Hampshire.

Whiteside-Mansell, L., Bradley, R. H., & McKelvey, L. (2009). Parenting and preschool child development: Examination of three low-income U.S. Cultural groups. Journal of Child and Family Studies, 18(1), 48-60. doi:10.1007/s10826-008-9206-1

Zappe, J. G., & Dapper, F. (2017). Drogadição na adolescência: família como fator de risco ou proteção. Revista de Psicologia da IMED, 9(1), 140-158. doi: 10.18256/2175-5027.2017.v9il.1616

Downloads

Publicado

2022-01-21

Como Citar

Salvadori Sarmento, R., & Mazo D’Affonseca, S. (2022). Opinião dos pais sobre práticas educativas parentais. Psicologia Argumento, 40(108). https://doi.org/10.7213/psicolargum40.108.AO08

Edição

v. 40 n. 108 (2022)

Seção

Artigos

Licença

Copyright (c) 2022 Editora Universitária Champagnat

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

O autor transfere, por meio de cessão, à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 76.659.820/0009-09, estabelecida na Rua Imaculada Conceição, n.º 1155, Prado Velho, CEP 80.215-901, na cidade de Curitiba/PR, os direitos abaixo especificados e se compromete a cumprir o que segue:

 

  1. Os autores afirmam que a obra/material é de sua autoria e assumem integral responsabilidade diante de terceiros, quer de natureza moral ou patrimonial, em razão de seu conteúdo, declarando, desde já, que a obra/material a ser entregue é original e não infringe quaisquer direitos de propriedade intelectual de terceiros.
  2. Os autores concordam em ceder de forma plena, total e definitiva os direitos patrimoniais da obra/material à EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, a título gratuito e em caráter de exclusividade.
  3. A CESSIONÁRIA empregará a obra/material da forma como melhor lhe convier, de forma impressa e/ou on line, inclusive no site do periódico da EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, podendo utilizar, fruir e dispor do mesmo, no todo ou em parte, para:
  • Autorizar sua utilização por terceiros, como parte integrante de outras obras.
  • Editar, gravar e imprimir, quantas vezes forem necessárias.
  • Reproduzir em quantidades que julgar necessária, de forma tangível e intangível.
  • Adaptar, modificar, condensar, resumir, reduzir, compilar, ampliar, alterar, mixar com outros conteúdos, incluir imagens, gráficos, objetos digitais, infográficos e hyperlinks, ilustrar, diagramar, fracionar, atualizar e realizar quaisquer outras transformações, sendo necessária a participação ou autorização expressa dos autores.
  • Traduzir para qualquer idioma.
  • Incluir em fonograma ou produção audiovisual.
  • Distribuir.
  • Distribuir mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permite ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda e nos casos em que o acesso às obras ou produções se faça por qualquer sistema que importe em pagamento pelo usuário.
  • Incluir e armazenar em banco de dados, físico, digital ou virtual, inclusive nuvem.
  • Comunicar direta e/ou indiretamente ao público.
  • Incluir em base de dados, arquivar em formato impresso, armazenar em computador, inclusive em sistema de nuvem, microfilmar e as demais formas de arquivamento do gênero;
  • Comercializar, divulgar, veicular, publicar etc.
  • Quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a ser inventadas. 
  1. Os autores concordam em conceder a cessão dos direitos da primeira publicação (ineditismo) à revista, licenciada sob a CREATIVE COMMONS ATTRIBUTION LICENSE, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria.
  2. Os autores autorizam a reprodução e a citação de seu trabalho em repositórios institucionais, página pessoal, trabalhos científicos, dentre outros, desde que a fonte seja citada.
  3. A presente cessão é válida para todo o território nacional e para o exterior.
  4. Este termo entra em vigor na data de sua assinatura e é firmado pelas partes em caráter irrevogável e irretratável, obrigando definitivamente as partes e seus sucessores a qualquer título.
  5. O não aceite do artigo, pela EDITORA UNIVERSITÁRIA CHAMPAGNAT, tornará automaticamente sem efeito a presente declaração.