Recordações de estudantes de suas piores experiências envolvendo professores
DOI:
https://doi.org/10.7213/psicol.argum.35.89.AO05Palavras-chave:
Violência, Professores, Saúde mentalResumo
A violência na escola pode se manifestar de diversas formas e envolver vários
agentes escolares, como estudantes, funcionários, gestores e professores.
Considerando que agressões direcionadas a estudantes praticadas por
professores tem sido pouco pesquisadas, o objetivo desse estudo retrospectivo
foi o de investigar as piores experiências envolvendo professores de acordo com
estudantes, analisando o impacto de tais experiências sobre o bem estar dos
mesmos. De uma amostra de 691 estudantes de uma universidade pública que
responderam ao instrumento retrospectivo “Experiências Escolares Traumáticas
em Estudantes”, 156 identificaram o envolvimento de professores na sua pior
experiência escolar. Foram apontadas experiências de violência relacional
(34,5%); disciplina injusta (26,2%); violência verbal (8,3%); violência física
(5,7%); presenciar violência (3,7%); e violência sexual (0,6%). Os relatos dos
participantes indicaram episódios envolvendo humilhações; perseguição;
isolamento social; discriminação étnica, por status socioeconômico, condição de saúde/doença; homofobia; e punição corporal. A maioria dos estudantes relatou ter se incomodado muito com a experiência, identificando diversos problemas decorrentes, tais como dificuldades acadêmicas, queixas somáticas, isolamento social e sintomas depressivos. Tais dados apontam para a importância de programas de prevenção a violência no contexto escolar que sejam sensíveis às necessidades de todos os envolvidos, contribuindo para que as escolas sejam ambientes propícios ao desenvolvimento de relações interpessoais saudáveis.
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