Sofrimento humano e medicalização: considerações para a clínica psicológica
DOI:
https://doi.org/10.7213/psicol.argum.35.88.AO06Palavras-chave:
Clínica Psicológica. Medicalização. SofrimentoResumo
O horizonte histórico atual, denominado por Heidegger de “Era da técnica”, é atravessado pelo saber técnico-explicativo, pela crença nas certezas e intervenções eficazes. Frente a esse contexto de avanços científicos e, simultaneamente, de crescente desamparo, o presente ensaio teórico pretende contribuir com a reflexão a respeito do sofrimento humano em ressonância com o fenômeno da medicalização. Para tanto, inicialmente, iremos contextualizar o sofrimento e a medicalização na contemporaneidade. Em seguida, almejamos indicar outros caminhos para compreensão e acolhimento do sofrimento na clínica psicológica, a partir de um diálogo com algumas dimensões do pensamento de Heidegger, principalmente quando se refere a crítica à essência da técnica moderna e a hegemonia do pensamento científico. Como considerações possíveis, realçamos que, ao ir se revelando a insuficiência da ação técnica científica em termos de representações diagnósticas e intervenções predominantemente medicamentosas para acolher o sofrimento, ressaltamos a importância de pensar a ação clínica como um modo de acompanhar/disponibilizar-se ao outro.
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