COGNITIVISMO E RACIONALISMO CRÍTICO

Autores

  • Gustavo Arja Castañon

Palavras-chave:

Cognitivismo, Racionalismo crítico, Epistemologia, Epistemologia da psicologia, Revolução cognitiva.

Resumo

A Revolução Cognitiva só se tornou possível graças à mudança na concepção de ciência moderna
ocorrida a partir da obra de Karl Popper. Ao minar e posteriormente derrotar o Positivismo Lógico
como teoria epistemológica geral, o Racionalismo Crítico acabou com o mito da indução e da
observação neutra como fonte original de conhecimento científico. Além disso, ajudou a generalizar
o reconhecimento de que o método de investigação da ciência moderna era o hipotético-dedutivo,
e não o indutivo-experimental. Sem o enfraquecimento da posição antes hegemônica do Positivismo
Lógico em filosofia da ciência, o estudo empírico de processos cognitivos não poderia ter conquistado
o respeito da comunidade científica. Além disso, o Cognitivismo é plenamente compatível com o
Racionalismo Crítico, como podemos ver na identidade entre as teses filosóficas de Popper e do
Cognitivismo sobre o construtivismo realista (Piaget), o caráter antecipatório da percepção (Bruner),
a observação que se faz contra ou a favor de uma teoria (Neisser), a rejeição da tabula rasa (Chomsky),
o interacionismo (Sperry) e o caráter de imprevisibilidade que o conhecimento traz ao sujeito
(Neisser). Entretanto, o Cognitivismo apresentava até vinte anos atrás uma surpreendente
inconsciência em relação ao caráter precursor da filosofia de Popper. Essa inconsciência se revela
particularmente surpreendente no silêncio do Cognitivismo em relação à origem de seu modelo de
método geral científico.

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Publicado

2017-11-01

Como Citar

Castañon, G. A. (2017). COGNITIVISMO E RACIONALISMO CRÍTICO. Psicologia Argumento, 25(50), 277–290. Recuperado de https://periodicos.pucpr.br/psicologiaargumento/article/view/19997

Edição

Seção

Artigos