Pessoa, um mistério não decifrado e em permanente desvelar: crítica aos dualismos cartesiano e estrutural tangenciando a ética e a pastoral cristã

Autores/as

  • Gerson Joni Fischer

DOI:

https://doi.org/10.7213/2175-1838.10.002.AO01

Palabras clave:

Ética. Dualismo cartesiano. Dualismo estrutural. Pessoa. Pastoral cristã

Resumen

Há um Eu que controla a sua própria casa, o corpo? É possível, com base nos conhecimentos acerca do cérebro, assumir o ser humano como uma máquina biomolecular que funciona de modo determinado? Há um consenso de que é por meio do cérebro que ocorrem os processos mentais e não na alma, como no dualismo clássico. Pode-se, entretanto, reduzir ao pequeno órgão cinzento a explicação pela emergência da vida consciente? Reduzir o entendimento do evento contribui para a defesa do valor do humano, para uma compreensão deste como responsável por suas decisões e atos? A pessoa é um mistério não decifrado. Critica-se o conceito de pessoa que imperou na modernidade, mas também o uso totalizante do princípio de causa e efeito. A presente abordagem recebe o humano como uno e dual. O cérebro e a mente surgem como fatos distintos, porém, indivisíveis. Pessoas não possuem, são almas viventes. O atual estágio dos debates sugere que o dualismo cartesiano e o monismo reducionista não se apresentam como alternativas. É a pessoa toda quem percebe, pensa, recorda, emociona-se, motiva-se, é atenta e produz impulsos. A vida diária revela que se é tudo isto que se apresenta de modo inseparável. O diálogo proposto é posto a serviço das refinadas descobertas acerca da anatomia e da fisiologia do cérebro e do uso ético destas, bem como da afirmação do ser humano, que as transcende. Sob o ponto de vista da tradição bíblica, o testemunho de Deus jamais é dualista, fazendo-se perceptível sempre de modo encarnado.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Gerson Joni Fischer

Doutor em Teologia pela Escola Superior de Teologia (EST), professor das Faculdades Batista do Paraná (FABAPAR), Curitiba, PR, e-mail: [email protected]

Citas

BECKER, P. In der Bewusstseinsfalle?: Geist und Gehirn in der Diskussion von Theologie, Philosofie und Naturwissenschaft. Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht, 2009.

BECKERMANN, A. Gehirn, Ich, Freiheit. Neurowissenschaften und Menschenbild. Paderborn: Mentis, 2008.

BENNETT, M. et al. Neurowissenschaft und Philosophie. Gehirn, Geist und Sprache. Berlin: Suhrkamp, 2010.

BÍBLIA SAGRADA: nova versão internacional [NVI]. São Paulo: Vida, 2000.

CASPARY, R. Alles Neuro? Was die Hirnforschung verspricht und nicht halten kann. Freiburg: Herder, 2010.

DROSSEL, B. Und Augustinus traute dem Verstand. Warum Naturwissenschaft und Glaube keine Gegensätze sind. Brunnen Verlag: Giessen, 2013.

ECCLES, J. C. Wie das Selbst sein Gehirn steuert. 2. ed. München: Piper, 1997.

ESPINOSA, N. A. Presentación. In: HERNÁNDEZ, C. J. La reflexión filosófica-teológica y el ejercicio clínico como actividades complementarias em la práctica psiquiátrica: una interpretación del “pensamiento para la psiquiatría” del Profesor Doctor Juan Ramón Sepich-Lange: 1905-1978. Posadas: EDUNaM, 2008. p. 17-21.

FISCHER, G. J.; FACION, J. R. Uma nova imagem de pessoa? Neurociências e filosofia: possibilidades e limites. Revista Estudos Teológicos, São Leopoldo, v. 51, n. 2, p. 288-303, 2011.

FISCHER, G. J. A pessoa: fenômeno causal ou espontâneo? Exame crítico das objeções de Ansgar Beckermann à existência da alma. Revista Pistis & Praxis, v. 5, n. 1, p. 59-90, jan./jun., 2013a. Disponível em: <https://periodicos.pucpr.br/index.php/pistispraxis/article/view/8672/8351>. Acesso em: 30/05/2016.

FISCHER, G. J. Sugestões para um cuidado pastoral de caráter unidual. Reflexões teológicas e antropoéticas. Revista Via Teológica, v. 14, n. 28, p. 75-104, dez., 2013b.

GEYER, C. Vorwort. In: GEYER, C. Hirnforschung und Willensfreiheit. Zur Deutung der neuesten Experimente. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 2004. p. 9-19.

JANICH, P. Kein neues Menschenbild. Zur Sprache der Hirnforschung. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 2009.

LANGENSCHEIDT [Ed.]. Taschenwörterbuch Portugiesisch. Portugiesisch-Deutsch. Deutsch-Portugiesisch. Berlin und München: Langenscheidt Verlag, 2001.

LIBET, B. Haben wir einen freien Willen? In: GEYER, C. (Ed.). Hirnforschung und Willensfreiheit. Zur Deutung der neuesten Experimente. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 2004. p. 268-289.

MORA, F. Continuum: como funciona o cérebro? Porto Alegre: Artmed, 2004.

MÜLLER, K. W. A consciência na cultura e na religião: vergonha e culpa como fenômeno empírico do superego/eu ideal: manual de elênctica. Curitiba: Esperança, 2013.

NAGEL, T. Geist und Kosmus. Warum die materialistische neodarwinistische Konzeption der Natur so gut wie sicher falsch ist. Suhrkamp Verlag: Berlin, 2013.

PAUEN, M.; ROTH, G. Freiheit, Schuld und Verantwortung. Grundzüge einer naturalistischen Theorie der Willensfreiheit. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 2008.

SEARLE, J. R. A redescoberta da mente. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

SINGER, W. Ein neues Menschenbild? Gespräche über Hirnforschung. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 2003.

TRETTER, F.; GRÜNHUT, C. Ist das Gehirn der Geist? Grundfragen der Neurophilosophie. Göttingen – Bern – Wien – Paris – Oxford – Prag – Toronto – Cambridge, MA – Amsterdam – Kopenhagen – Stockholm: Hogrefe, 2010.

VOGELSANG, F.; HOPPE, C. Ohne Hirn ist alles nichts. Impulse für eine neuroethik. Neukirchen-Vluyn: Neukirchener, 2008.

Publicado

2018-08-17

Cómo citar

Fischer, G. J. (2018). Pessoa, um mistério não decifrado e em permanente desvelar: crítica aos dualismos cartesiano e estrutural tangenciando a ética e a pastoral cristã. Revista Pistis & Praxis, 10(2). https://doi.org/10.7213/2175-1838.10.002.AO01

Número

Sección

Artigos