Mitos do Antigo Oriente Próximo e sua influência na narrativa hebraica da criação (Gn 2,4b – 2,25)
DOI:
https://doi.org/10.7213/2175-1838.17.003.AO02Resumo
A pergunta pela origem da vida humana e do cosmos tem suscitado diferentes respostas. São questionamentos surgidos em diferentes contextos que desafiam a capacidade intelectual e possibilitam no decorrer dos séculos o surgimento de mitos cosmogônicos. Eles representam tentativas de atribuir sentido a vida humana e revelam a dimensão transcendente do ser humano que reconhece a origem divina da criação. Por intermédio da metodologia qualitativa de revisão bibliográfica, a partir das referências teóricas da teologia comparada, a presente pesquisa acadêmica presta-se: à avaliação do grau de influência conceitual exercido pelos mitos das origens produzidos pelas antigas civilizações suméria, acádica (mesopotâmicas), babilônica e egípcia, situadas na região denominada Antigo Oriente Próximo, na concepção judaico-cristã histórica, enumerando a importância dos mitos cosmogônicos para as narrativas da criação humana constantes no livro bíblico Gênesis; e à constatação e análise historiográficas do progressivo desenvolvimento das concepções cosmogônica e antropológica e da evolução de elementos narrativos, partindo dos mitos cosmogônicos oriundos do Antigo Oriente Próximo até as manifestações hebraicas da criação, como obra literária historicamente mais recente. Na medida em que as narrativas hebraicas referentes à criação humana são formadas no gênero mítico, seu significado reside na mensagem positiva em relação ao ser humano como imagem de Deus. São narrativas que valorizam a liberdade e apregoam as bases de uma nova sociedade com bases na justiça e no amor.
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