"Sementes da Marielle" – Impulsos para descolonizar o conceito da "memória perigosa"

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DOI:

https://doi.org/10.7213/2175-1838.16.002.AO02

Resumo

Este artigo aborda a questão de como grupos subalternizados se empoderam através da "memória perigosa". Segundo o teólogo político Johann Baptist Metz, a "memória perigosa" refere-se à memória do sofrimento e das esperanças não realizadas que perturbam o presente. De um ponto de vista teológico, a memória perigosa é a memória da cruz. Engajando criticamente com Metz, a análise da memória de Marielle Franco oferece impulsos para um sentido decolonial da "memória perigosa" que se centra mais no que já foi alcançado. A trajetória de Marielle Franco é um testemunho de como as mulheres negras das favelas se empoderam individual e coletivamente através da educação, do cuidado, da construção coletiva e da apropriação de uma autoimagem positiva. Este artigo mostra como, após o assassinato de Marielle Franco, sua memória se tornou uma "memória perigosa" que empodera e inspira mulheres subalternizadas e promove processos de tornar-se sujeito. Dessa maneira, a memória de Marielle Franco se torna um estímulo para a teologia política de reconceitualizar a “memória perigosa” como memória de ressurreição que abre caminhos para a vida.

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Biografia do Autor

Katharina Merian, Universidade de Basileia

Doutora em Teologia. 

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Publicado

2024-08-27

Como Citar

Katharina Merian. (2024). "Sementes da Marielle" – Impulsos para descolonizar o conceito da "memória perigosa". Revista Pistis & Praxis, 16(2), 309–325. https://doi.org/10.7213/2175-1838.16.002.AO02