A escuta como método e os pobres/oprimidos como sujeitos

por uma bioética global plural

Autores

  • Alexandre Andrade Martins Marquette University

DOI:

https://doi.org/10.7213/2175-1838.15.002.DS09

Resumo

Considerando desafios em saúde global, este texto busca compreender o impacto do global no local a partir de uma proposta de bioética global não universal, mas plural. As ações em saúde global são dominadas por uma perspectiva ocidentalizada de assistência à saúde em realidades locais que parte de um modelo de cima para baixo. Este artigo analisa essa perspectiva por meio de aspectos essenciais das iniciativas em saúde global – métodos, atores principais, financiamento e mentalidade – que levam a perceber a sua limitação aos fundamentar modos de operar em saúde global e, ao mesmo tempo, contraditoriamente contribuem para os mesmos problemas que afirma enfrentar ao responder necessidades imediatas em saúde de populações empobrecidas. Seguindo a identificação dessa limitação, o artigo argumenta por uma perspectiva que parta do local, das experiências sentidas na realidade concreta das pessoas, para, então, avançar para o global, que será um global plural e inclusivo em vista de construir colaboração. Assim, não há um global epistemológico e normativo da prática como é a perspectiva ocidental dominante, mas um global plural que é universal no proceder – do local para o global – mas plural no compreender e no enfrentar os desafios em saúde global, sem uma epistemologia dominante. Dessa forma, um ethos de colaboração é desenvolvido a partir da escuta e do aprendizado mútuo que ocorrem onde o desafio é experienciado. Por fim, o autor apresenta a escuta como primeiro movimento em saúde global fundamentado em uma bioética global plural e inclusiva, em um constante desenvolvimento epistemológico com impacto ético. 

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Biografia do Autor

Alexandre Andrade Martins, Marquette University

Doutor em Ética da Saúde e Teologia

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Publicado

2023-08-30

Como Citar

Andrade Martins, A. (2023). A escuta como método e os pobres/oprimidos como sujeitos: por uma bioética global plural. Revista Pistis & Praxis, 15(2), 270–291. https://doi.org/10.7213/2175-1838.15.002.DS09