Des-escolarizando a catequese
DOI:
https://doi.org/10.7213/2175-1838.09.002.AO01Palavras-chave:
Des-escolarização. Pedagogia. Iniciação. Encontro. CatequeseResumo
A catequese contemporânea tem apresentado sinais de falência. Os resultados dos esforços catequéticos têm sido poucos ou quase nulos: não conseguimos contagiar os catequizandos com a proposta do evangelho a ponto de fazê-los prosseguir no discipulado do Mestre de Nazaré. Diante de tal fenômeno, perguntamo-nos: o evangelho de Jesus Cristo perdeu sua força e, por isso, não possui mais significância para a vida dos contemporâneos ou é nossa catequese que não consegue propiciar a experiência do Ressuscitado, capaz de transformar a vida dos catequizandos? Nós cremos que a pessoa de Jesus Cristo e seu evangelho não tiveram sua significância reduzida e também sabemos que o tempo atual não é menos apto à fé cristã que outros (pois toda sociedade e todo tempo são capazes de Deus). O que nos parece mais provável é a inadequação do paradigma catequético em relação à sociedade secularizada que se implantou, especialmente da pedagogia catequética. A pedagogia ensino-aprendizagem, pilar do ato catequético desde tempos na Igreja, é extremamente escolarizada, preocupada com a transmissão da doutrina ou com a construção do conhecimento. Ela não inicia no mistério pascal, mistério central da fé cristã. É preciso substituir a pedagogia ensino/aprendizagem, cujos recursos para a comunicação da experiência cristã de Deus se mostram esgotados, pela pedagogia iniciática, capaz de proporcionar a experiência com o Ressuscitado. É preciso des-escolarizar a catequese, transformando as “aulas de catecismo” ou “aulas de catequese” em momentos de encontro pessoal com Deus, plenamente revelado em Jesus Cristo, pela ação do Espírito.
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