SAVOIR-FAIRE FEMININO E SUA APROPRIAÇÃO PROFISSIONAL PELO OLHAR DAS RELAÇÕES DE GÊNERO

Autores

  • Maria Fernanda Diogo

DOI:

https://doi.org/10.7213/psicol.argum.7479

Palavras-chave:

Determinações sócio-históricas. Magistério. Enfermagem. Relações de gênero

Resumo

A inserção de mulheres no setor produtivo é multifacetada: enquanto algumas se aventuram em profissões consideradas “masculinas”, amplo contingente de trabalhadoras ainda procura guetos femininos, como o magistério e a enfermagem. O objetivo deste artigo foi realizar uma análise, sob a ótica das relações de gênero, do movimento sócio-histórico inerente a essas duas profissões, desmistificando algumas tramas naturalizantes e biologizantes que enredam as trabalhadoras. O acesso das mulheres à enfermagem e ao magistério foi historicamente condicionado pela domesticidade das suas relações. Em seus cotidianos, essas profissionais vivenciam“lugares híbridos”, cujas atividades produtivas se apoiam no savoir-faire transmitido intergeracionalmente no espaço reprodutivo, incluindo atividades práticas e inter-relacionais.Tais saberes e fazeres não produzem mais-valia e são depreciados econômica e socialmente,pois a lógica capitalista desconsidera que a força de trabalho só se mantém e reproduz a partir do consumo dos valores de uso e das relações interpessoais aí estabelecidas. Desvalorizar uma profissão por ser desenvolvida principalmente por mulheres e assemelhar-se aos saberes tácitos desenvolvidos no âmbito doméstico é uma deturpação que assenta no sexo dos sujeitosa valorização profissional. É preciso realizar um contradiscurso e considerar os setores produtivo e reprodutivo indissociáveis, pois ambos representam diferentes facetas do calidoscópioda experiência humana.

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Publicado

2017-11-24

Como Citar

Diogo, M. F. (2017). SAVOIR-FAIRE FEMININO E SUA APROPRIAÇÃO PROFISSIONAL PELO OLHAR DAS RELAÇÕES DE GÊNERO. Psicologia Argumento, 30(71). https://doi.org/10.7213/psicol.argum.7479

Edição

Seção

Artigos