Práxis místico-ética em Simone Weil: a compaixão pelo outro sentida à flor da pele
DOI:
https://doi.org/10.7213/2175-1838.10.002.DS05Palavras-chave:
práxis, mística, ética.Resumo
A jovem francesa Simone Weil foi filósofa, professora, militante e viveu em uma época histórica de muitos desafios: um período entre guerras, entre a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais. Intelectual e totalmente solidária ao povo marginalizado, sentia-se responsável pelo outro, o que a fazia sair ao encontro daquele que necessitava de apoio e acolhida. Uma existência marcada pela filosofia da ação. Nosso objetivo encontra-se em apresentar, na rápida existência de Simone Weil, uma unidade entre práxis, ética e mística. Aquilo que pensou e refletiu eticamente em favor dos marginalizados tornou-se ação, ou seja, concretizou em sua existência. Utilizaremos a expressão práxis místico-ética para demonstrar como em sua existência deixou-se afectar totalmente pelo outro marginalizado. Para tal objetivo, apresentaremos o que se entende pelos termos práxis, mística e ética a partir do pensamento da autora e confrontaremos com sua existência marcada pela práxis místico-ética. Verificaremos assim uma existência marcada pela unidade práxis místico-ética, que a conduz a uma resposta ética na configuração ao corpo de Cristo. Percebemos que através de sua experiência mística e uma vida dedicada ao outro, ela pode nos inspirar para configurar-nos ao Cristo.
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