A DESOBLITERAÇÃO DA SIMBÓLICA COMO TAREFA DA BIOÉTICA

Autores

  • Nilo Ribeiro Junior Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE)

DOI:

https://doi.org/10.7213/pp.v2i1.13493

Palavras-chave:

Esquecimento, Ética, Sujeito actante, Linguagem, Alteridade.

Resumo

Este artigo visa a refletir sobre a questão da bioética no contexto da cultura contemporânea marcada pelo “esquecimento” da simbólica. Essa última diz respeito, sobretudo, à linguagem e se associa à emergência do sujeito/palavra no ato performativo da fala e na relação com o outro humano. Na medida em que a palavra perde sempre mais espaço para a avalanche de linguagens ostensivas sobre o real – de tipo cientificista e juricizante – o indivíduo se torna um epifenômeno e, consequentemente, desaparece como sujeito da ação moral. Nesse contexto, a irrupção da alteridade, rosto e palavra humana irredutíveis aos discursos sobre o outro, emerge como chance para tirar o mundo da linguagem do esquecimento. Abre-se a possibilidade de falar e de agir em vista do outro. Ressurge uma nova simbólica em função do cuidado da vida do outro, a bioética.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Nilo Ribeiro Junior, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE)

Doutor em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, mestre em Teologia Moral pela Pontificia Università Gregoriana, diretor do Departamento de Teologia da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), professor assistente da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), Belo Horizonte, MG - Brasil

Referências

ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2002.

______. Responsabilidade e julgamento. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

BAUMAN, Z. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.

ETCHEGOYEN, A. La vraie morale se moque de la morale: être responsable. Paris: Seuil, 1999.

HAMONIC, T. M. Morale et (post) modernité, chronique de philosophie morale. Revue Doctrinale de Théologie et de Philosophie, Toulouse, v. 98, n. 1, p. 133-165, 1998.

JONAS, H. Le principe responsabilitè: une éthique pour la civilization technologique. Paris: Cerf, 1992.

LEVINAS, E. Le temps et l’autre. Paris: Fata Morgana, 1994.

______. En découvrant l’existence avec Husserl et Heidegger. Paris: Librairie Philosophique J. Vrin, 1988.

LIPOVETSKY, G. Os tempos hipermodernos. São Paulo: Barcarolla, 2004.

RICOEUR, P. Du texte à l’action: essais d’hermeneutique. Paris: Esprit; Seuil, 1986.

______. Lectures I: autour du politique. Paris: Seuil, 1988.

RIBEIRO Jr., N.

______. La mémoire, l’histoire, l’oubli. Paris: Seuil, 2000.

SAVATER, F. A importância da escolha. São Paulo: Planeta do Brasil, 2004.

SIMON, R. Éthique de la responsabilité. Paris: Cerf, 1993.

Downloads

Publicado

2010-10-24

Como Citar

Junior, N. R. (2010). A DESOBLITERAÇÃO DA SIMBÓLICA COMO TAREFA DA BIOÉTICA. Revista Pistis & Praxis, 2(1), 13–40. https://doi.org/10.7213/pp.v2i1.13493